ANO LIX - Domingo, 10 de junho de 2001 - No 2902
A liberdade do amor
Uma das experiências mais elevadas na existência humana é a de amar e ser amado.
Há em nós uma necessidade de ser aceito pelo grupo social, estimado pelo nosso próximo e conviver harmônicamente com os que estão ao nosso redor.
Embora vital para nossa saúde emocional, nem sempre experimentamos a dádiva do amor; mais que isso, nem sempre conseguimos expressá-la àqueles a quem realmente queremos bem.
Se esta realidade já nos causa mal estar, sentimo-nos totalmente impotentes diante do princípio expresso na lei de Deus: amar os nossos inimigos e orar pelos que nos perseguem.
Humanamente isto é impossível. Nosso amor é retroativo; ele se direciona aos outros que nos amam e se expressa em atos de retribuição que dedicamos aqueles a quem queremos bem. A fonte de alimentação do amor humano são os gestos de bondade que recebemos; na mesma proporção nutrimos ódio àqueles que nos ferem e fazem mal.
O princípio do amor ao inimigo somente poderia constar na Lei de Deus. Existe para mostrar nossa total incapacidade de atingi-lo por nossos próprios meios. Se não recebermos auxílio, jamais poderemos cumpri-lo.
Nossa segurança é que Deus não exige nada dos seus, sem antes providenciar o meio para o cumprimento da exigência. Assim é que "o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo seu Espírito que nos foi outorgado". Isto nos garante o amor de Deus dentro de nós, porque o próprio Deus veio habitar em nós.
Perdoar os inimigos; estender a mão aos que sempre nos volveram o rosto; oferecer ajuda quando não somos ajudados. Não são ideais de sacrifício a serem perseguidos pelo devoto. São atos que expressam a liberdade de um coração que soltou-se das amarras do ódio e voa na liberdade do amor.
Rev. Márcio
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