ANO LXVII - Domingo, 15 de novembro de 2009 - Nº 3342
"Ai dos que puxam para si a iniquidade com cordas de injustiça..." ( Is.518)
Embora o profeta Jeremias seja apelidado "chorão", é Isaías que tem um grande número de ais em seu livro de profecias. Só neste capítulo são seis ocorrências deste lamento.
O texto citado é muito antigo e estima-se em 650 anos antes de Cristo sua origem. Vemos, entretanto, que a condição parece idêntica à de nossos dias, no tocante à vileza e maldade humanas.
Fala-nos de pessoas que puxam para si a iniquidade e o pecado pela via da injustiça e com cordas. Parece-nos absurdo que isso possa ser verdadeiro; mas, é. As pessoas faziam isso e ainda fazem.
Enquanto, como cristãos, buscamos combater o pecado e nos afastarmos dele, vemos que a sociedade vai, por via da injustiça e, mesmo pela via da justiça (lei), puxando para junto de si a iniquidade e o pecado. Vê-se que a decadência moral campeia solta, mesmo nos meios onde deveria ser esperada a ética e a moral, como na esfera dos nossos legisladores, com leis injustas e iníquas à luz dos padrões de conduta cristã.
Os meios eletrônicos de comunicação, cujo serviço é extraordinário na agilização do fornecimento da informação, vão sendo usados para fazer corromper a pureza de muitos, inclusive crianças, atirando-as na arena da libidinosidade e sensualidade indevida. As pessoas estão puxando para si a iniquidade, trazendo para junto de si ou para dentro de suas vidas e lares o pecado.
O padrão de conduta de vida em relação ao sexo oposto, com liberdades inadequadas e impróprias, para quem se diz cristão, praticando excessos de contato e intimidade, assimilando e reproduzindo o comportamento de impudicícia reinante em nossa sociedade e cultura, vai se tornando admissível e comum.
Em nossos dias o lamento de Isaías se faz ouvir em relação às ruas de nossas cidades. Mas, a pergunta é: seria também ouvido em relação à vivência dos que estão dentro de nossas igrejas e se chamam cristãos ? Tenha Deus misericórdia e que sejamos livres desse ai proferido pelo profeta Isaías, não puxando para nós iniquidade.
Rev. Paulo Audebert Delage
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