ANO LXIII - Domingo, 12 de março de 2006 - No 3150
O SISTEMA DE GOVERNO PRESBITERIANO
A Igreja Presbiteriana do Brasil recebe esse nome porque adotou como forma de governo o presbiterianismo. Esse modelo, formulado a partir das Escrituras, é seguido pelas igrejas confessionalmente reformadas. Sua característica principal é a convicção de que Cristo é o chefe e cabeça da Igreja, a fonte de toda a sua autoridade, e que Ele a governa pessoalmente por meio de Seu Santo Espírito. Contudo, como forma de manifestar seu governo, aprouve a Cristo providenciar órgãos representativos, responsáveis pelo culto, doutrina e disciplina, eleitos pelo voto popular. Embora eleitos, a autoridade destes órgãos não deriva do povo, e sim de Cristo, perante o qual são responsáveis. Esses órgãos representativos são chamados de presbíteros. Em nossa Igreja, todas as questões de ensino, doutrina, liturgia e disciplina são decididas pelo Conselho de Presbíteros. É claro que, como é composto por pecadores, os Conselhos podem cometer erros. Contudo, suas decisões devem ser acatadas pela Igreja, como vindas do próprio Cristo. À Igreja cabe a tarefa de orar pelo Conselho e apoiá-lo por meio de críticas construtivas e sugestões.
As Igrejas Presbiterianas, portanto, são governadas por presbíteros eleitos dentre sua membresia. Diferindo do modelo congregacional de governo, o presbiterianismo não é diretamente democrático - uma vez que nem todos os membros participam de todas as decisões. Na verdade, na Igreja Presbiteriana o governo é, em certo sentido, aristocrático, isto é, a Igreja escolhe para dirigi-la aqueles que considera espiritualmente mais capacitados, a saber, os que preenchem os requisitos exigidos pela Escritura para o exercício do cargo de presbítero: "Por esta causa, te deixei em Creta, para que (...), constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo [presbítero] seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem." (Tt 1.5-9). A Congregação deve discernir, em espírito de oração, dentre os candidatos em potencial, àqueles homens que preencham tais requisitos.
Por tudo isso, a eleição de sete presbíteros, que realizaremos no dia 26 de março, é um momento muito importante na vida da Igreja. Oremos para que Deus nos dê sua sabedoria, a fim de discernirmos quem ele separou para o exercício deste ofício.
Rev. Davi
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