ANO LXII - Domingo, 27 de fevereiro de 2005 - No 3096
A Música e o Povo de Deus
A música exerce um papel muito importante na vida do povo de Deus. Seu poder de influência é sentido e reconhecido universalmente. Por isso mesmo, o cristão deve usá-la com discernimento e propriedade, tanto dentro quanto fora da Igreja.
Examinando as Escrituras, notamos que ela pode assumir três funções distintas:
1) Impressão: os sons musicais, por exemplo, nos ajudam a perceber mais profundamente os sentimentos e as atitudes apropriadas à adoração. Foi assim que a música foi usada na restauração do templo promovida pelo rei Ezequias. Diz a Bíblia que, "começando o holocausto, começou também o cântico ao SENHOR com as trombetas, ao som dos instrumentos...". Os sons produzidos, impressionando os ouvintes, ajudaram aquela congregação (que há muito tempo não oferecia sacrifícios) a perceber melhor a enorme solenidade daquele ato. O resultado foi que "toda a congregação se prostrou, quando se entoava o cântico" (2 Crônicas 29.27-28).
2) Expressão: através da música, também, podemos expressar melhor e mais completamente, inclusive no culto, as nossas emoções. Davi, por exemplo, expressou seu arrependimento em música (Salmo 51). Moisés, em outra ocasião, cantou para expressar sua alegria pelo livramento divino (Êxodo 15). Os sons nos ajudam a comunicar e expressar aspectos que as palavras, sozinhas, são incapazes de transmitir.
3) Instrução: as Escrituras destacam, ainda, um terceiro e importantíssimo papel para a música: ela é um meio poderoso para nos auxiliar a "reter" mais a Escritura. Ela deve nos instruir, fazendo com que a Palavra de Deus habite em nós (Colossenses 3.16). Deus sabe que a música nos ajuda a memorizar os seus ensinos, e, por isso mesmo, ordenou a Moisés que escrevesse um cântico cuja letra encerrasse tudo o que o povo deveria lembrar (Deuteronômio 31.16-22).
Nestes dias de tanta confusão musical nos meios eclesiásticos, é importantíssimo nos perguntarmos: Que impressão nossa música tem causado? Ela tem levado as pessoas a perceber melhor o que estão fazendo, especialmente no culto? Como temos nos expressado diante de Deus? Nossas melodias são boas explicações dos textos que contêm? Quanto temos sido instruídos? Temos cantado e memorizado aquilo em que cremos?
Se as respostas a essas perguntas forem afirmativas, então podemos estar certos de que temos usado a música de acordo com o ideal da Escritura para o Povo de Deus.
Rev. Márcio Roberto Alonso
Bacharelando em Música Sacra, Pastor-auxiliar da I. P. da Lapa