ANO LV - Domingo, 22 de março de 1998 - No 2734
ROMA LOCUTA, CAUSA FINITA
O recente pronunciamento oficial da Igreja Católica Apostólica Romana mostra que o assunto sobre o Holocausto ainda não está liquidado. O gesto de humildade e coragem de João Paulo II é digno de admiração, mas nos permite o questionamento da infalibilidade papal. Errou PIO XII ao consentir, pela conivência do silêncio, a tortura e morte de 6 milhões de judeus?
Por outro lado, o Holocausto se restringe apenas ao povo judeu?
Que dizer dos milhões de homens, mulheres e crianças de outras etnias que foram barbaramente assassinados em nome de uma "limpeza da raça"? Que dizer também dos países de formação católica ou protestante, como Espanha, Portugal e Suiça, que a pretexto de neutralidade política colaboraram com as potências do Eixo?
O holocausto, tortura e morte de vítimas inocentes, terminou? Bósnios, sérvios e croatas mostram que não. Protestantes e católicos irlandeses mostram que não. Judeus e palestinos mostram que não. Muçulmanos das várias facções mostram que não. Os cárceres , mormente nos países do Terceiro Mundo, mostram que não. A prática irrestrita do aborto mostra que não.
Não, o assunto não está liquidado. Enquanto houver intolerância, haverá holocausto. E de todas as formas de intolerância a mais abominável é aquela que, absurdamente, é cometida em nome de Deus.
"Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Ou sabem? Que Ele tenha piedade de nós.
Rev. Eudes
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