ANO LV - Domingo, 1 de junho de 1997 - No 2692
ACIMA DE TUDO, COMUNHÃO
Testemunho, serviço e comunhão formam o tripé vital sobre o qual se firma e se identifica uma igreja genuinamente cristã. A igreja deve proclamar a salvação que só Jesus assegura. A igreja deve servir, em nome de Jesus, à comunidade em que está inserida. Mas COMUNHÃO é imprescindível tanto para uma proclamação efetiva quanto para um serviço relevante.
Comunhão expressa a realidade de uma comunidade que está edificando a si mesma em amor, de modo que os dons individuais do Espírito Santo possam se manifestar em vidas transformadas e na transformação da sociedade. A comunhão que dizemos ter com Deus necessita ser manifesta no relacionamento fraterno. E o nosso relacionamento fraterno permite mensurar, na prática, o grau de comunhão que dizemos ter com Deus.
A comunhão é, pois, tão indispensável, que quando ela falta a proclamação fica destituída de autoridade e o serviço não passa de um esforço para obter aprovação social.
Koinonia é a expressão neotestamentária que dá origem ao nosso substantivo comunhão. Infelizmente essa expressão vem sendo banalizada nos últimos anos por tudo que o marketing religioso possa gerar: revista, livraria, banda de rock, lanchonete, loja de discos, chaveiros, adesivos, fitinhas, camisetas, etc., etc. Felizmente a verdadeira koinonia não é produto de consumo nem estereótipo de agremiações cristãs. Koinonia ou comunhão, à luz da Palavra de Deus, é manifestação do Espírito Santo em nossas vidas.
Essa manifestação do Espírito Santo não é um poder etéreo, abstrato, que nos coloca em sintonia com o "eu cósmico" ou com as forças ocultas da Natureza. É, sim, aquela profunda identificação com o meu irmão visível, concreto, palpável, com o qual estou unido pelo pecado, pelo perdão, pela mesma fé e esperança no Senhor Jesus.
A graça compartilhada, a fé compartilhada, a salvação compartilhada, esta é a essência da verdadeira comunhão. Que seja esta a identificação maior da nossa comunidade.
Rev. Eudes