ADMIRÁVEL SENHORA

ANO LVI - Domingo, 31 de maio de 1998 - No 2744

ADMIRÁVEL SENHORA

Nasceste em plena II Guerra Mundial. Viste, ainda infante, a ruína do III Reich e a queda da ditadura Vargas. Cresceste com a juventude dourada dos anos 50. Nessa década inauguraste o teu primeiro edifício de educação cristã, o "Isaac de Mesquita". Ganhaste maioridade em meio ao movimento do "paz e amor". Foi quando construíste o teu primeiro templo. Época conturbada por baderna política e golpe militar, com terríveis repercussões no seio da igreja nacional. Contudo, com equilíbrio e oração, atravessaste incólume aquela turbulência . E geraste tuas primeiras filhas: Vila Guarani, Monte Alegre e Bosque da Saúde.

Os anos se passaram. Amadureceste física e espiritualmente. E continuas fértil e dinâmica, gerando novas filhas e produzindo frutos para a glória de Deus. Firme nos princípios da Palavra, prossegues na tua marcha de fé e testemunho apesar dos ventos doutrinários modernos e pós-modernos. Assim, és querida por muitos e repudiada por outros. Mas a tua porta e teu coração continuam abertos a tantos quantos buscam uma igreja-família, onde se sintam amados e integrados; a tantos quantos queiram louvar ao Senhor com 'salmos, hinos e cânticos espirituais' em clima de ordem e decência; a tantos quantos queiram exercitar os talentos que o Senhor lhes confiou.

É verdade, também, que muitos te amaram e te esqueceram. Outros tantos de ti se serviram e nunca te serviram. Mas no amor do Pai tu os tens perdoado. Tua atenção, como sempre, está voltada para aqueles que continuam necessitando de ti, carentes da paz que o mundo não lhes dá, Sim, porque apesar dos 56 anos que hoje comemoras, segues proclamando as Boas Novas no presente com os olhos postos num futuro glorioso e iminente.

E por tudo isso, admirável Senhora, nós te amamos e contigo renovamos a esperança no terno do teu Noivo, Jesus Cristo, nosso Senhor, para o banquete celeste e eternal.

Rev. Eudes

ALVO MAIS QUE A NEVE

ANO LV - Domingo, 24 de maio de 1998 - No 2743

ALVO MAIS QUE A NEVE

O Salmo 51 é sem sombra de dúvida a mais forte e pungente confissão de pecado. Abatido por um terrível sentimento de culpa, o salmista clama por perdão. E busca na misericórdia de Deus a esperança de sua restauração moral. Com este propósito faz um pedido sincero e poético: "Lava-me, e ficarei mais alvo que a neve"!

Para as pessoas que habitam as regiões distantes da zona equatorial, a imagem física ou mental da neve é coisa corriqueira. Shakespeare, bem acostumado com a paisagem nórdica, e atento ao vício da maledicência, usou a neve como linguagem de retórica na Parte II do seu Henrique IV: "Ainda que sejas casto como o gelo, puro como a neve, não escaparás da calúnia".

A neve, porém, não é um fenômeno comum nas terras ao sul do Líbano. Contudo, não era desconhecido. Em II Samuel 23:20 há referência a um homem que "matou um leão no tempo da neve". O profeta Jeremias sentido as dores da vergonha no cativeiro babilônico lembra-se do tempo de paz e de bênçãos em que os príncipes de Israel "eram mais alvos que a neve" (Lm 4:7). Mas é em Isaías 1:18 que essa linguagem figurada é aplicada com o mesmo sentido do Salmo 51: "Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados são como a escarlate, eles se tornarão brancos como a neve..." Que promessa maravilhosa! E Deus cumpre o que promete.

Em todos esses textos a neve é usada em contraste com a sujeira. Sujeira física, moral ou espiritual. Corpos sujos, bocas sujas, pensamentos sujos, almas sujas. Tudo pode se tornar "mais alvo que a neve". Nada há de impuro em nossa vida que o Senhor não possa lavar!

Se você anda abalado por fortes sentimentos de culpa ou abatido por callúnias gratuitas, o sangue de Jesus tem poder para lavar e purificar você de toda iniquidade. Se você é melhor que Davi não se humilhe nem peça perdão. Mas se você, como eu, sente-se inferior ao grande servo de Deus, quebrante-se e clame: "Lava-me, e ficarei mais alvo que a neve".

Rev. Eudes

O DESAFIO CONTINUA

ANO LV - Domingo, 17 de maio de 1998 - No 2742

O DESAFIO CONTINUA

Hoje, em nosso calendário eclesiástico,
é o Dia da Mocidade Presbiteriana.
Aos jovens, com carinho, a minha homenagem.

Três décadas atrás, um grupo de moços presbiterianos passou um fim de semana realizando uma oficina de trabalho. Depois de muita oração, meditação, discussão e estudo, chegou à conclusão de que entre as principais necessidades dos jovens estavam as seguintes:

Perspectiva de futuro. Os valores morais estão dramaticamente diluídos na permissividade social. A tendência para uma globalização da economia vai, certamente, afetar o terreno das idéias e dos sentimentos. A falta de perspectiva de futuro causa terrível insegurança. O que fazer? Como fazer? Vale a pena?

Experiência pessoal com Cristo. É possível falar-se de Jesus sem uma experiência de conversão. Mas o conhecimento teórico de Jesus não produz frutos para a vida eterna. Não é possível cumprir a Grande Comissão - "Ide e Pregai", sem convicção pessoal de salvação.

Vivência da fé na vida prática. É bem conhecido o perfil do crente domingueiro. Sua fé fica fechada no templo com o amém final no encerramento do culto. Lá fora sua linguagem e comportamento são uma negação dos seus "atos de adoração". Há muitos "agentes secretos". Ninguém percebe que eles são cristão.

Trinta anos atrás! E o desafio aos jovens continua. Para reverter esse quadro é necessário que as palavras de um antigo e consagrado hino se tornem realidade: "A Ti seja consagrada minha vida, ó meu Senhor; meus momentos e meus dias sejam só em Teu louvor. Meu amor e meu desejo sejam só Teu nome honrar; faze que meu corpo e alma eu Te possa consagrar".

Rev. Eudes

REMOVENDO AS DIFICULDADES

ANO LV - Domingo, 3 de maio de 1998 - No 2740

REMOVENDO AS DIFICULDADES

"... se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível".
(Mt. 17:20)

Ninguém se atreva a pensar que o Senhor está nos estimulando a alterar a geografia ou a paisagem, numa demonstração irresponsável de fé. Ele mesmo não transferiu de lugar nenhum monte, nem mar, ou outro acidente geográfico. Tanto na literatura bíblica quanto na cientifica, montes e montanhas falam de obstáculos, barreiras, impedimentos, dificuldades.

Diante do embaraço experimentado pelos discípulos, o que o Senhor Jesus lhes passa é a certeza de que podemos remover as dificuldades da vida com o poder da fé. Esse texto é rico em lições doutrinárias e práticas. Note-se, de início, que a fé é mensurável - por causa da pequenez da vossa fé. Uma fé pequena!

E isto impõe a cada um de nós uma pergunta inquietante: Qual o tamanho de minha fé? Para responder a esta pergunta, é necessário medi-la. E a medida de nossa fé, à luz do texto em questão, se define no modo como encaramos as dificuldades da vida. Em nossa caminhada somos muitas vezes surpreendidos por imensas e terríveis dificuldades. São montes que restringem, atrasam e às vezes nos impedem de atingir os nossos objetivos. Vencer essas dificuldades é o grande desafio à nossa fé.

É do Senhor Jesus que aprendemos o modo correto de enfrentar e vencer as dificuldades. E esse modo correto manifestará uma fé crescida e madura - Direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará! . Ele não diz que podemos evitar as dificuldades, mas que podemos vencê-las. E para isto nos concede a unção e autoridade do Espirito Santo.

Iniciamos hoje a comemoração de mais um aniversário da família IPVM. Que os desafios e dificuldades que se alinhem diante de nós no decorrer deste novo ano sejam enfrentados e removidos por uma fé nutrida na Palavra de Deus, na oração e em nossa total submissão ao Senhor Jesus.

Rev. Eudes