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domingo, 30 de outubro de 2016

VENDERAM-SE

ANO LXXIV - Domingo, 30 de outubro de 2016 - Nº 3705

VENDERAM-SE

“[...] e venderam-se para fazer o que era mau perante o Senhor [...]” 2 Reis
17:17

A situação de Judá (Reino do Sul) e de Israel (Reino do Norte) era deplorável e calamitosa, ensejando o registro que temos acima, expondo a condição de apodrecimento e decadência reinante entre aqueles reinos herdeiros de Abraão, Isaque e Jacó. A decomposição de costumes e as práticas religiosas chegaram a tal ponto de se igualarem aos países vizinhos em suas condutas mais vis e baixas com relação à ética social e expressão religiosa (versículos 16 e 17). O conhecimento acerca de Deus e de seus preceitos existia, mas a prática era idólatra, desumana e repulsiva.

O registro deixa claro que muitos dentre o povo (maioria esmagadora) “venderam-se”. Não se trata de haverem sido conquistados ou dominados por outros povos, feitos escravos e, então, vendidos. O texto afirma ter sido uma atitude livre em venderem-se, ou seja, negociaram (por algum preço) o que seria inegociável. Claro fica que ao “venderem-se” havia quem os “comprasse”. Óbvio que sempre haverá aqueles que estão interessados em comprar, pois só pode haver corrompido se houver corruptor. Se eles “se venderam” é porque havia quem os comprasse. A existência destas duas categorias de pessoa demonstra (mesmo entre os que conhecem os preceitos de Deus) que o ser humano pode descer a profundezas abissais na sua expressão de corrupção.

Não é incomum vermos e ou ouvirmos em nossos informativos a prática de compra e venda de muitos artigos, artigos estes não postos nas prateleiras das lojas, mas elementos ligados à moral, à ética, à honradez e à integridade. Homens e mulheres em altas posições e destacados encargos que “se vendem para fazer o que é mau”, não se envergonham de negociarem seu nome e seu caráter, vendendo-se (e à sua alma) para ganhar algum benefício ou projeção. Nosso universo político está eivado e inundado por estes que “compram e vendem a moral da Nação”.

Como cristãos devemos nos posicionar com firmeza e destemor, não “nos vendendo” para usufruirmos de algum prestígio ou projeção entre os chamados “poderosos deste mundo”. O assédio é imenso, a investida é ferrenha e as propostas sedutoras para nos comprarem e ou para que “nos vendamos”. Não cedamos, não arrefeçamos, mas permaneçamos firmados em Cristo Jesus e nos valores do reino de Deus, pois “que vale ganhar o mundo todo e perder a própria alma?” Grande desafio.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 23 de outubro de 2016

CHAGAS DO CORAÇÃO

ANO LXXIV - Domingo, 23 de outubro de 2016 - Nº 3704

CHAGAS DO CORAÇÃO
“[...] conhecendo cada um a chaga do seu coração [...]”

O rei Salomão ao consagrar o templo por ele construído, em sua oração de dedicação, fez a declaração que temos acima. A afirmação está ligada ao exercício da oração que as pessoas fariam ao Senhor na vinculação com aquele lugar de adoração, ou seja, o templo de Jerusalém. As pessoas orariam e suplicariam com mãos voltadas para aquele lugar, tendo ciência das chagas existentes em seus corações.

Chaga nada mais é que uma ferida aberta. Um ferimento costumeiramente profundo e não cicatrizado em processo de sangramento e acompanhado de dor. Não é um quadro muito alentador pensarmos em um coração chagado. Não se trata de ter mal de chagas no coração, mas de seu coração estar tomado por algum (alguns) tipo (s) de ferimento (s) que se mantém aberto, trazendo-lhe profunda dor e aflitivo sofrimento de alma e de corpo. Torna-se, muitas vezes, difícil avaliar quais sejam as chagas piores; as do corpo ou as do coração.

As chagas devem ser tratadas com o propósito de serem curadas, levando ao término do sofrimento, dor e aflição. Não é natural que desejemos ver a permanência das chagas abertas e nunca curadas. O rei Salomão fala de “cada um conhecer” sua chaga, ou seja, admitir a existência dela, não querer ocultar ou esconder, mas com coragem e humildade reconhecê-la, admiti-la e buscar sua cura.

Há muitos medicamentos para tratar as chagas físicas trazendo a cura e cicatrização. Para a chaga do coração o remédio é a graça de Deus. A ferida aí existente seja a perda de alguém, o desemprego, a queda moral ou a mágoa contra alguém (inclusive Deus), só terá a cura quando houver aplicação do remédio divino. Não feche seu coração ferido e machucado (a chaga só irá piorar). Abra-o diante do Senhor, fazendo isso, como disse Salomão, em oração para receber o remédio e a cura da parte de Deus. A doença de Chagas que atinge o coração ainda não tem cura, mas a chaga de seu coração o Senhor Jesus pode curá-la. Louvado seja o Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 16 de outubro de 2016

AMIGO DO REI

ANO LXXIV - Domingo, 16 de outubro de 2016 - Nº 3703

AMIGO DO REI
“[...] Zabude, filho de Natã, era ministro, amigo do rei [...]”. 1 Reis 4:5.

Lendo, mais uma vez, o livro dos Reis de Israel me deparei com esta expressão que tem caracterizado situação de possível favorecimento e apadrinhamento dentro das estruturas de governo. Pensei então comigo: A situação de favorecimento e inserção em cargos de mando nos governos não é coisa de nossos dias e nem apenas do Brasil, é coisa de longo tempo e de outros lugares; é algo enraizado no ser humano. Não é comum que um mandatário (rei, presidente, governador, etc) coloque um adversário ou inimigo para conduzir atividades em seu governo, embora Lincon tenha feito isto com sucesso, e Juscelino aqui no Brasil, ao construir Brasília, também o fez. Mas, o costumeiro é que tenhamos pessoas “amigas” em cargos de governo onde sejamos o mandatário.

A prática de se colocar “o amigo do rei” em cargos públicos não é, necessariamente, um mal, ou algo reprovável. O grande problema é que tal situação, em muitas das vezes, desconsidera o critério da competência e capacidade, alçando alguém a cargos de comando e chefia apenas pelo fato de ser “amigo do rei”. Claro que o resultado é previsível e com prejuízos sérios ao desenvolvimento e progresso, além de riscos sérios e reais quanto ao abuso do poder e dilapidação da coisa pública, incluindo o erário. No contexto da administração pública esta filosofia do “amigo do rei” pode ser uma tragédia.

No entanto, é renovador pensarmos no fato de que nos tornamos “amigos do Rei”, por graça DEle mesmo. É o que Jesus nos fala: “Já não vos chamo servos [...] mas tenho-vos chamado amigos...” (João 15:15), apontando o fato de nos valorizar sobremaneira por seu amor e bondade. Não somos apenas servos, mas, amigos. Que privilégio. Devemos, porém, entender que tal fato não nos pode levar a agirmos pensando estarmos (devido a tal amizade) livres para fazermos o que quisermos, e se houver “problemas” é só dizermos: “sou amigo do Rei”. Jesus nos afirma: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (João 15:14), portanto, fica claro que o sermos “amigo do Rei” está jungido ao fato de fazermos aquilo que Ele nos tem ordenado. Nossa conduta, assim, será eticamente irrepreensível e nosso testemunho digno do Rei de quem temos o privilégio de sermos chamados amigos. Honremos tal amizade com nossa vida e testemunho.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 9 de outubro de 2016

CRIANÇAS E TRAGÉDIAS

ANO LXXIV - Domingo, 09 de outubro de 2016 - Nº 3702

CRIANÇAS E TRAGÉDIAS

Gostaria de fazer referência apenas aos aspectos positivos e bons de países desenvolvidos e com altíssimo grau de cuidado com crianças como a Dinamarca, Noruega, Suíça, Suécia entre outros, onde as crianças têm educação (escola), saúde, alimentação, saneamento básico, ente outros benefícios. Mas, a tragédia é maior que a virtude neste contexto, pois a miséria, pobreza e exploração são mais fortes que os cuidados, como podemos ver em países da África, Ásia, América e alguns na Europa, países nos quais as crianças são relegadas a situação de abandono e miséria quase ou mesmo de miséria absoluta, com as formas mais vis e abjetas de exploração.

Dia das crianças deve ser de reflexão com relação à situação de nossas crianças no Brasil. Claro que as nossas (nosso contexto imediato) são privilegiadas e abençoadas, tendo e desfrutando de uma condição de boa educação, assistência médica, saneamento, alimentação e acompanhamento espiritual. Refiro-me a alguns milhares de milhares (em todas as regiões do Brasil) no campo e na cidade que vão padecendo sem assistência ou cuidado, número avassalador morrendo de desnutrição (fome), por doenças motivadas pela falta de saneamento básico e cuidado mínimo, perdendo a vida e sua dignidade devido à falta de formação e instrução, ou sendo destruídas e levadas à prostituição por fruto de abuso sexual perpetrado por adultos destituídos de decência, escrúpulo e senso de humanidade.

Conformarmo-nos com tal quadro é algo inadmissível e impensável a nós como Igreja de Cristo. Dar apoio a instituições como a APEC na evangelização e salvação das crianças é importante e muito relevante, mas, também, incentivarmos e sermos agentes de cooperação na estruturação de instituições promovedoras do cuidado das crianças; sermos agentes de pressão e cobrança dos poderes estatais na responsabilidade de promoção do bem estar das crianças com investimentos necessários e suficientes na formação delas, para diminuir significativamente gastos com adultos delinquentes, marginais, doentes ou prejudicados permanentemente pela subnutrição. Investirmos mais na educação, para não serem necessárias tantas "bolsas famílias". Enfim, Dia das Crianças; graças a Deus por nossos filhos abençoados e bem cuidados, mas não podemos fechar os olhos e as mãos aos que estão à míngua. Misericórdia de nós Senhor!

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 2 de outubro de 2016

SOCIEDADE CAÓTICA

ANO LXXIV - Domingo, 02 de outubro de 2016 - Nº 3701

Sociedade Caótica

Em muitos aspectos poder-se-ia aplicar o título desta matéria ao contexto de nossa sociedade ocidental "pós-moderna". Se pensarmos no ambiente das manobras políticas, nos aspectos de desenvolvimento sem sustentabilidade e ou controle adequados, no avanço da violência urbana por meio de uso de ações terroristas em grupo ou por agentes solitários, ou aumento da violência por questões sociais e econômicas. Mas, penso que o aspecto mais evidente de tal caos e confusão se instala na esfera da ética ligada à família e ao casamento.

Neste sentido fiquei pasmo com notícia veiculada esta semana de ocorrência no Equador. Um casal de "transgêneros" (não transexuais) que vive junto por mais de um ano, acabou de ter um filho, e isto por via normal, ou seja, sem necessidade de inseminação artificial, "barriga de aluguel" ou algo do gênero. O caso é o seguinte: João (nome fictício) nasceu homem, mas assumiu a condição feminina e se tornou Joana; Maria (nome fictício) nasceu mulher, mas assumiu a condição masculina e se tornou Mário. Puderam casar-se já que são homem e mulher e a lei permite (óbvio) o casamento de pessoas de sexos diferentes. Ocorre que desejaram ter filho e então aconteceu que Mário (nascido Maria) ficou "grávido" de Joana (nascido João). Assim, quem deu à luz foi o "pai", que fora "engravidado" pela sua "esposa".

Conviver com tais situações será, infelizmente, cada vez mais comum em nosso contexto. Como Igreja, Corpo de Cristo, teremos que nos posicionar para responder às questões levantadas neste ambiente e conjuntura. Veja que são homem e mulher e casados. Situações inimagináveis há poucos anos passados, mas que agora se tornam parte de nosso dia-a-dia em nosso meio ocidental e "cristão". Nós (na casa dos 60 ou mais) estamos vendo o início de algo com o qual nossos filhos e netos terão que conviver e suportar. Talvez, para eles, venha a se tornar corriqueiro, normal e comum e não causar qualquer dificuldade e embaraço, o que será muito triste para nós. Já se disse que nos preocupávamos com que planeta deixaríamos a nossos filhos, mas agora preocupamo-nos com que filhos deixaremos para este planeta. "Sal da terra e luz do mundo" o desafio continua cada vez mais intenso e extenso para nós Igreja de Cristo.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.