ANO LXXIV - Domingo, 26 de junho de 2016 - Nº 3687
CALAMIDADE PÚBLICA
CALAMIDADE PÚBLICA
O governador em exercício do Estado do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, decretou “estado de calamidade pública” naquela unidade da Federação. A medida tem gerado alguma controvérsia no mundo jurídico, mas reflete uma situação de absoluto caos e descontrole nas contas públicas, estando servidores públicos com salários atrasados, verbas para saúde, educação e segurança inexistentes e, portanto, não repassadas, mas com uma previsão de gastos de cerca de trezentos e cinquenta mil reais em lanche para o governador, secretários e assessores. De fato, é uma calamidade pública, não só do Estado do Rio de Janeiro, mas de nosso País em termos de “desgovernança” até aqui.
Penso que se alia à calamidade pública relativa ao aspecto de finanças a situação geral de nossas cidades, ou seja, aspectos ligados à insegurança, falta de saneamento, descuido com a educação, desleixo com a saúde, entre outros setores da vida nacional. Soma-se a isto tudo a calamidade pública da descompostura moral ligada aos padrões bíblicos de sexualidade. De fato, o que se vê chega às raias da “calamidade pública”.
Nos dias do antigo Israel a situação assemelhava-se à nossa. Veja o que diz o profeta Oséias: “O que só existe é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios. Por isso a terra está de luto, e todo que mora nela desfalece [...]” (Os.3:2-3). Parece ser o retrato de nosso momento brasileiro. Assim, é possível perceber que situações de extremo desgaste, beirando a calamidade pública, não são algo apenas de nossos dias e só de nosso país, e tem como origem aquilo que o mesmo profeta aponta: “Porque não há verdade, nem amor e nem conhecimento de Deus” (Os.3:1).
O decreto de “calamidade pública” no Rio de Janeiro expressa uma situação apenas ligada às finanças, mas, é muito mais grave e extenso o problema. A solução é compromisso com a verdade, com o amor e, sobretudo, com o conhecimento de Deus. Somente no exercício destes três compromissos poderemos sair deste deplorável “estado de calamidade pública”. Misericórdia Senhor!
Rev. Paulo Audebert Delage