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domingo, 25 de julho de 2010

AI (34)

ANO LXVIII - Domingo, 25 de julho de 2010 - Nº 3378

"Ai de vós, fariseus! Porque gostais da primeira cadeira nas sinagogas, e das saudações nas praças" ( Lucas,11:43)

Ao se ler tantos "ais" dirigidos contra os fariseus, escribas e intérpretes da lei, pode-se, enganosamente, imaginar que o Senhor Jesus nutrisse, por tais pessoas, alguma forma de repulsa, raiva, ódio e rejeição. Não é verdade. Jesus lidou com eles, aproximou-se deles e com eles conviveu. No entanto, sempre confrontou o comportamento daqueles que precisavam ser confrontados, sem deixar de lhes advertir sobre sua forma imprópria e ímpia de agir.

Ao lermos o nosso texto acima, podemos perguntar: qual o problema de desejar assentar na primeira cadeira (fileira de bancos) ou receber a saudação na praça (saudação pública)? Não é o ato ou fato em si, mas sua intenção. A disputa existente não era para ouvir a mensagem, não era o desejo ardente de escutar o ensino das Escrituras, mas de projetar sua própria imagem de importância. Não era o de ser saudado fraternalmente, mas de ser distinguido entre e acima dos outros.

O foco gerador do "ai" dessa passagem é o orgulho, a vaidade, a soberba. O que se objetiva é a honra dada pelos homens acima da busca pela glória de Deus. O destaque se torna o próprio indivíduo, que é o centro de sua própria atitude. Não se deseja realçar a figura de Deus ou a relevância do aprendizado de Sua Palavra e vontade, mas a pessoa do assistente-ouvinte. Quando isso acontece, não resta outra fala a não ser essa: ai desses.

Sejamos assíduos ao culto, fiéis com nossa presença, atentos com nosso coração. Busquemos estar assentados em condições de ouvir e responder (mesmo nos primeiros bancos), mas sem o desejo de sermos vistos e recebermos qualquer gratificação humana por causa disso.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 18 de julho de 2010

AI (33)

ANO LXVIII - Domingo, 18 de julho de 2010 - Nº 3377

"Ai dos ricos... ai dos que estão fartos... ai dos que agora riem... ai dos que por todos são louvados" (Lucas 6:24-26)

Existem quatro exclamações de "ais" nesses três versículos escritos por Lucas. Trata-se dos contrastes feitos pelo Senhor no Sermão do Monte, constante apenas em Lucas (6:20-23). Os ricos têm sua própria consolação no dinheiro, em contraste com os pobres de espírito, cuja consolação e esperança é o Senhor. Os que agora estão fartos, ou seja, não têm fome e sede de justiça, virão a sofrer escassez diante do Senhor. Os que agora riem e se alegram, regozijando-se com a falsa situação de auto-redenção em Cristo. Aqueles que são louvados por todos, certamente são habilidosos na arte de adaptar-se e agradar a todos, inclusive aqueles que se postam contra o Senhor e Suas leis. Esses tais, felizes agora, virão a ser alvo de aflição e angústia por causa desse seu modo de viver.

Jesus não está recriminando a riqueza, a fartura, o riso e o elogio na vida de uma pessoa. Sua palavra de caráter severo é para nos alertar que não devemos ficar colocando nossa esperança e confiança em estruturas humanas, seja de que ordem for. Nosso compromisso é com nossa fidelidade a Ele e dedicação aos valores por Ele ensinados e vividos, nos torna alvo de todos esses "ais".

Não devemos desejar que os outros falem mal de nós, mas não podemos querer que todos falem bem de nós, à base da negação de nosso compromisso com Ele. O próprio Senhor foi criticado, destratado e se tornou alvo de injúrias e inverdades por parte de seus adversários. Ele jamais quis ser elogiado por todos. Seu desejo, que deve ser também o nosso, era ser elogiado por seu Pai. Assim devemos ser nós também: "Bem está servo bom e fiel, foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei" (Mateus 25:21).

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 11 de julho de 2010

AI (32)

ANO LXVIII - Domingo, 11 de julho de 2010 - Nº 3376

"Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias." (Mateus 24:19)

Palmares, Vitória de Santo Antão, Branquinha cidades de Alagoas e Pernambuco, entre outras, as quais foram atingidas de forma violenta pelas enchentes no mês de junho. Foi, para todos ali, tempo de desolação e assolação.

Qual a relação do texto do evangelho escrito por Mateus e os acontecimentos nessas cidades citadas? A angústia daquelas que estão grávidas e ou amamentando, ao verem sua própria condição e a relação com seus filhos por nascer ou recém nascidos, nas circunstâncias em que se encontravam.

O texto de Jesus é mal entendido e pessoas pensam que se trata da volta de Cristo. Seria impróprio pensar assim, pois as grávidas ou mães recentes não terão sofrimento pelo fato de estarem nessas condições quando Jesus voltar. A referência é sobre a destruição de Jerusalém que aconteceria 40 anos mais tarde. Os exércitos romanos invadiram Jerusalém depois de longo tempo de cerco à cidade. Não pouparam nem grávidas , nem recém nascidos. Esse o motivo do "ai"; a angústia dessas mulheres de terem seus ventres abertos pela espada e seus filhos mortos.

Jesus mostra sua compaixão e seu sentimento de tristeza ao antever o sofrimento dessas mulheres que perderiam suas vidas e veriam seus filhos pequeninos morrerem às mãos de soldados romanos. Era um aviso aos viventes de seus dias, era uma advertência quanto ao que estavam fazendo e ao que viriam a fazer, mas não deram ouvidos, não aceitaram suas palavras, não agasalharam seus conselhos. A lei da semeadura e da colheita se fez presente: o que o homem semear, isso também colherá.

O que isso tem a nos dizer ainda hoje? O mesmo que aos daqueles dias. A rebelião contra o Senhor, a rebeldia contra as diretrizes de Deus, a obstinada forma de resistir aos ensinos do Senhor e o apêgo a modo e forma de vida contrários aos ensinos da Palavra de Deus, são determinantes de juízo, que não é prazeroso ao Senhor, mas que não deixará de ser manifesto, pois "de Deus não se zomba, com Deus não se brinca, o que o homem semear, isso também colherá" (Gálatas 6:7).

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 4 de julho de 2010

AI (31)

ANO LXVIII - Domingo, 04 de julho de 2010 - Nº 3375

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos, e de toda imundícia" (Mateus, 23:27)

O texto acima transcrito é, em meu modo de pensar, o mais conhecido e difundido entre os "ais" que atingem os fariseus. As pessoas que têm um pouco de contato com o cristianismo conhecem a expressão: sepulcro caiado. Sabem que está relacionada à forma hipócrita, falsa e enganadora de viver e se apresentar. A hipocrisia dos fariseus é apresentada de modo mais característico e vívido nessa expressão.

A figura é direta e simples. A beleza e cuidado com o lado de fora (aparência) são muito acentuados e grandes. Mas, o interior está todo cheio de podridão e de coisas repulsivas e repugnantes. A aparência é enganadora, pois o verdadeiro está no interior, está dentro. Jesus sempre valorizou o interior, pois "de dentro é que procedem as saídas da vida" (Mt.15:19). O exterior, o visível, o aparente tem seu valor e importância. Jesus nos ensinou a cuidar do corpo, a valorizar nossa aparência , inclusive mandou-nos ungir o rosto e ter boa aparência quando jejuamos. Mas, sua ênfase foi à lealdade, verdade, sinceridade e integridade, muito mais que à aparência.

Os religiosos são alvo dessa tentação constante de aparentar algo, sem que haja manifestação de tal verdade no seu interior. Essa foi a acusação de Jesus. Em nossos dias a classe política é, também, a imagem exata da figura usada pelo Senhor Jesus. É chocante vermos como essas figuras públicas da política se tornam como tais "sepulcros caiados", que se apresentam como paladinos da verdade, bastiões da integridade, cavalheiros da justiça. No entanto, às escuras, mostram-se indivíduos envolvidos em favorecimentos ilícitos, conchavos imorais, arranjos e acordos iníquos.

A figura usada por Jesus é impactante e tem aplicação profunda no contexto da sociedade, seja na esfera política ou religiosa. Não sejamos nós atingidos por tal afirmação de Jesus; antes, vivamos de modo tal, que nosso belo exterior seja manifestação coerente e real de nosso interior igualmente limpo e belo.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

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