ANO LXI - Domingo, 26 de outubro de 2003 - No 3026
HERANÇA GLORIOSA
HERANÇA GLORIOSA
Outubro. Neste mês as igrejas cristãs reformadas comemoram o evento histórico e marcante conhecido como Reforma Protestante do Século XVI. Da mesma forma que a independência política do Brasil não foi um gesto isolado e ousado de Pedro I, a Reforma também não foi um ato heróico ou precipitado de um monge contestador. Desde o momento em que a Igreja começou a desviar-se da simplicidade evangélica do primeiro século, vozes se ergueram apontando os erros e clamando por reforma. Mas logo foram abafadas nas masmorras e nas fogueiras.
No Século XVI, favorecidas pelo clima renovador da Renascença, as idéias reformistas encontraram acolhida entre príncipes e pensadores, professores e estudantes universitários. Mas até chegar a Lutero, a Reforma foi um processo longo e penoso, marcado pelo martírio de milhares de cristãos cultos e piedosos, que simplesmente não se conformavam com as inovações doutrinárias da Igreja, e muito menos com o seu enriquecimento material e sua interferência no governo das nações européias. Entre os que não dobraram os seus joelhos diante do 'baal' da Idade média, desejamos honrar a lembrança e testemunho de um João Wycliff.
Nascido na Inglaterra, Wycliff estudou na Universidade de Oxford, onde obteve o título de Mestre em Artes e, posteriormente, Doutor em Teologia (1372). Pelos graus obtidos e comprovada capacitação, foi contratado para lecionar nessa mesma Universidade. Dedicado ao ensino, logo se fez notável por sua lógica e erudição. Insistindo na supremacia das Escrituras sobre a tradição oral como único fundamento da nossa fé, ele se esforçou para colocá-las nas mãos do povo. Entre 1382 e 1384 traduziu a Bíblia para a língua inglesa, contando com a colaboração de Nicolau de Hereford, famoso hebraísta.
Antecipando-se neste e em muitos aspectos ao trabalho de Lutero, Calvino e Zwinglio, João Wycliff denunciou a imoralidade do clero, recomendou o matrimônio dos sacerdotes e condenou as indulgências. Embora perseguido e ameaçado de morte, Wycliff descansou no Senhor quando ainda exercia o pastorado em Lutterworth. Anos depois, sob condenação do Concílio de Constança, seus restos foram exumados e queimados, e as cinzas lançadas no rio Swift.
Ao passarmos por mais um outubro, lembremo-nos desse passado de luta e sacrifícios, e honremos no presente essa herança de fé e amor deixada por Wycliff e tantos outros servos de Deus que se sacrificaram para que pudéssemos pensar com liberdade, adorar sem intermediários, servir sem imposições e viver na alegria da fé "que uma vez por todas foi entregue aos santos".
No Século XVI, favorecidas pelo clima renovador da Renascença, as idéias reformistas encontraram acolhida entre príncipes e pensadores, professores e estudantes universitários. Mas até chegar a Lutero, a Reforma foi um processo longo e penoso, marcado pelo martírio de milhares de cristãos cultos e piedosos, que simplesmente não se conformavam com as inovações doutrinárias da Igreja, e muito menos com o seu enriquecimento material e sua interferência no governo das nações européias. Entre os que não dobraram os seus joelhos diante do 'baal' da Idade média, desejamos honrar a lembrança e testemunho de um João Wycliff.
Nascido na Inglaterra, Wycliff estudou na Universidade de Oxford, onde obteve o título de Mestre em Artes e, posteriormente, Doutor em Teologia (1372). Pelos graus obtidos e comprovada capacitação, foi contratado para lecionar nessa mesma Universidade. Dedicado ao ensino, logo se fez notável por sua lógica e erudição. Insistindo na supremacia das Escrituras sobre a tradição oral como único fundamento da nossa fé, ele se esforçou para colocá-las nas mãos do povo. Entre 1382 e 1384 traduziu a Bíblia para a língua inglesa, contando com a colaboração de Nicolau de Hereford, famoso hebraísta.
Antecipando-se neste e em muitos aspectos ao trabalho de Lutero, Calvino e Zwinglio, João Wycliff denunciou a imoralidade do clero, recomendou o matrimônio dos sacerdotes e condenou as indulgências. Embora perseguido e ameaçado de morte, Wycliff descansou no Senhor quando ainda exercia o pastorado em Lutterworth. Anos depois, sob condenação do Concílio de Constança, seus restos foram exumados e queimados, e as cinzas lançadas no rio Swift.
Ao passarmos por mais um outubro, lembremo-nos desse passado de luta e sacrifícios, e honremos no presente essa herança de fé e amor deixada por Wycliff e tantos outros servos de Deus que se sacrificaram para que pudéssemos pensar com liberdade, adorar sem intermediários, servir sem imposições e viver na alegria da fé "que uma vez por todas foi entregue aos santos".
Rev. Eudes