ANO LVII - Domingo, 11 de julho de 1999 - No 2802
A PROVA REAL
Não sei se com os conceitos modernos de matemática, ainda se aplica no ensino fundamental a chamada prova real. No meu tempo de curso primário, a prova real era a definitiva. Era um cálculo aritmético pelo qual se confirmava ou se rejeitava uma operação matemática.
Mas não é só no mundo da aritmética que se requer uma prova real. Como aferir a capacidade profissional de um médico? Pelo que ele diz ou pelos pacientes curados? Este mesmo princípio se aplica a engenheiros, arquitetos, advogados, professores, etc..
A prova real, como instrumento de avaliação, pode ser também aplicada a outros valores sociais como família, amizades, religião. A nossa crença, fé ou religiosidade pode e deve passar por uma prova real. Jesus Cristo, Mestre dos mestres, aplicou bem essa medida de avaliação quando disse: "PELOS FRUTOS OS CONHECEREIS". Os frutos são a prova definitiva para distinguir-se o trigo no meio do joio, confirmar as ovelhas e rejeitar os lobos. A linguagem pode ser comum, a ação muito parecida, mas é pelos frutos que se percebe a diferença..
Há livros excelentes que exaltam a verdade e convencem o leitor, mas infelizmente não estão ao alcance de todos os bolsos ou de todas as inteligências. Já o testemunho dado pelo caráter individual é diferente. Não custa dinheiro e está ao alcance da compreensão até das crianças. Por exemplo, quando Colombo retornou à Espanha declarando que havia descoberto um novo mundo foi alvo de risos e de contestação... até que fez introduzir à presença do rei alguns indígenas do novo continente..
A história da Igreja Cristã está pontilhada de apologistas e de mártires. Os apologistas nem sempre foram apreciados. Os mártires, ao contrário, com o seu sacrifício impactaram milhões de vidas e ainda hoje são lembrados com respeito e admiração. Quando Bentley chegou ao antigo Congo, na África, sofreu tremenda oposição. Mas o seu testemunho de fé e humildade calou os inimigos, a ponto de um chefe tribal dizer: "Tudo isso me confunde. Seus feitos me impressionaram muito mais do que os seus discursos. Meus olhos agora se abriram"!
Pelos frutos somos identificados com Cristo. Não pela conversa, não pelo rótulo, não pela nossa presunção. É pela prova real.. Quero concluir formulando três perguntas na primeira pessoa: Se a minha igreja for avaliada pela minha vida, que idéia se fará dela? Se a minha religião for julgada pela minha conduta moral, será atraente para aqueles com quem convivo? Analisando o meu testemunho, as pessoas se sentirão atraídas para Cristo ou traídas em sua confiança?
Rev. Eudes