ANO LV - Domingo, 29 de março de 1998 - No 2735
ILUSÃO E REALIDADE
Vivemos neste final de milênio, especialmente nos países emergentes, um triunfalismo evangélico sem consistência. Alguns dos cânticos difundidos em nossas igrejas estão eivados desse sentimento: "O nosso general é Cristo... nenhum inimigo nos resistirá"... "Caiam por terra agora os inimigos de Deus". Dos púlpitos e pela televisão prega-se uma mensagem que confunde a igreja militante com a igreja triunfante. Consciente ou ignorantemente passa-se a idéia de um alarmante crescimento quantitativo do povo de Deus.
É pena que não seja assim. Infelizmente a realidade é outra. Por um lado, e à luz da Palavra de Deus, os "muitos" , as multidões, ainda procuram a porta larga e o caminho espaçoso do indiferentismo, do comodismo, da permissividade sexual, dos vícios leves e das drogas pesadas. E nesta virada de milênio a antiga "nova era", como Fênix, ressurge das cinzas e atrai multidões para o esoterismo nas suas variadas formas e apelações.
Por outro lado, a seara ainda é grande, tremendamente enorme, e os obreiros de Cristo, os ceifadores do Céu, são poucos. "Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara" (Mt 9:38).
Ser mero freqüentador de cultos, contribuir esporadicamente para esta ou aquela causa, discutir a importância maior ou menor de uma doutrina, é desperdício de tempo e de talentos. É de trabalhadores que a seara precisa. Gente que diariamente, pelo testemunho da palavra ou da ação, resgate vidas preciosas. Todo cristão, individualmente, deveria se sentir e agir como um trabalhador, para a glória de Deus que o chamou e salvou.
Rev. Eudes