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domingo, 31 de agosto de 1997

DÍZIMO - MITOS E REALIDADE (Parte II)

ANO LV - Domingo, 31 de agosto de 1997 - No 2705

DÍZIMO - MITOS E REALIDADE (Parte II)

"Deus precisa dos nossos dízimos e ofertas". Que "deus" é este que precisa de dinheiro humano? O Deus manifestado na natureza, anunciado pelos profetas e apóstolos, e revelado em Cristo Jesus, é auto-existente e auto-suficiente. É dono "da prata e do ouro", "do mundo e daqueles que nele habitam". Ele é Rei dos reis e Senhor dos senhores! Ao invés dEle necessitar de nós, somos nós que necessitamos dEle, da sua misericórdia, do seu perdão, da sua bênção. Não enviamos malotes com dinheiro nem fazemos transferência bancária para o Céu. O dinheiro arrecadado na terra, seja dízimo, seja oferta, é aplicado na terra. Quando honestamente usado pela Igreja, serve para a produção e distribuição da Bíblia Sagrada, para o sustento de pastores e missionários, para o socorro dos necessitados, para a manutenção de abrigos, creches e orfanatos, para a construção e conservação de templos e escolas.

"Quem dá o dízimo prosperará, quem não dá empobrece". Em outras palavras, "quanto mais você der, mais você receberá". Este é um mito enfatizado pelos pregadores da teologia da prosperidade. Como explicar, então, a prosperidade dos ímpios? Deus os está abençoando? Por acaso eles são dizimistas? Esta era a angústia dos fiéis servos de Deus no passado e explicitada de maneira poética e contundente por Asafe no Salmo 73. Invocar os "gafanhotos" do Livro de Joel ou o capítulo 3 de Malaquias para forçar a contribuição dizimal é fazer chantagem espiritual. Dízimo, repito, é manifestação de fé e gratidão. É gesto de amor. O Senhor se agrada não do volume das nossas contribuições, mas do sentimento interior, puro e espontâneo, ao fazê-las. Vale a pena lembrar que a única pessoa que mereceu elogio de Jesus ao fazer uma contribuição foi a viúva pobre e anônima que tendo apenas duas moedas colocou-as no gazofilácio. Era tudo quanto ela possuía! Foi o seu gesto sacrificial que foi exaltado e não o volume da sua oferta. E o texto sagrado não diz que ela tendo dado tudo, recebeu tudo de volta ou em dobro.

"Eu dou o dízimo, mas a meu critério. Uma parte aqui, outra ali e outra acolá." Creio na sinceridade dos que assim procedem, mas tal procedimento estabelece dois precedentes perigosos: Primeiro, insinua o direito da administração pessoal do dízimo, o que não tem fundamento bíblico. A Bíblia, todas as vezes em que menciona o dízimo, determina que ele seja entregue no templo para ser gerido por terceiros e de modo centralizado. O segundo precedente perigoso está na desconfiança velada ou aberta de que as pessoas responsabilizadas por sua aplicação não o façam de modo honesto ou objetivo. Ora, como dizimista, o meu privilégio é expressar minha fé e gratidão na entrega do dízimo. A gestão honesta, a aplicação correta, o uso adequado às reais necessidades da Igreja, é responsabilidade dos irmãos para isto designados. E dentro de uma comunidade cristã reformada essa responsabilidade é atribuída com a aprovação de todos os membros.

No caso particular da IPVM os tesoureiros são pessoas de reconhecida idoneidade. Uma comissão de finanças estabelece os limites orçamentários e acompanha a sua execução. Além disto há uma comissão de exame de contas, constituída de contabilistas e auditores profissionais. Os balancetes são colocados à disposição de todos os membros contribuintes. E os nossos pastores são proibidos, é isto mesmo, de tocar em qualquer oferta ou dízimo da comunidade.

À luz da Escritura e da experiência cristã, finalizo declarando que toda igreja que é fiel na prática do dízimo não se dobra a compromissos políticos, não depende do erário público, nem precisa recorrer a bingos, rifas, chantagens emocionais e outros expedientes da inventiva humana.

Rev. Eudes

domingo, 24 de agosto de 1997

DÍZIMO - MITOS E REALIDADE (Parte I)

ANO LV - Domingo, 24 de agosto de 1997 - No 2704

DÍZIMO - MITOS E REALIDADE (Parte I)

"Dízimo é invenção dos pastores para enganar os crentes". Você já ouviu alguém, com ar de superioridade ou olhar de desprezo, fazer tal declaração? Eu já vi e ouvi. É uma declaração no mínimo insultuosa. O dízimo jamais poderia surgir da cabeça de pastores. Pastores são homens e os homens são imperfeitos demais para gerar um plano de contribuição tão perfeito. O dízimo só poderia ser um plano oriundo de Deus. A Bíblia declara que o nosso Deus "é Deus de eqüidade". Ele é justo e imparcial.

Por sua natureza eqüitativa, não discriminatória, o dízimo nivela todos os contribuintes. Elimina a estratificação social. Não há grandes dizimistas, nem pequenos dizimistas. Apenas dizimistas. Se pelo poder do dinheiro não somos todos iguais perante a lei dos homens, pela prática do dízimo a nossa igualdade é manifesta diante de Deus.

"Dízimo é coisa da dispensação da Lei. Nós estamos na dispensação da Graça." Ora, a primeira falácia deste mito é que se a Graça é superior à Lei, e nisto todos concordamos, então o custeio e expansão da Igreja de Cristo aqui na terra deveria merecer algo maior que o dízimo. Talvez o 'bízimo', o dobro do dízimo. Ou o ´trízimo´, equivalente a três décimos dos recursos que o Senhor nos permitiu ganhar. Afinal, como diz Samuel Chadwick, "dar um décimo não é algo digno de vanglória". A segunda falácia desse mito, é que ele revela um grande desconhecimento da Bíblia. A prática do dízimo se antecipa à Lei em mais de quatro séculos. Abraão, nosso pai na fé, é a primeira pessoa a ser citada praticando o dízimo. Jacó, quase 300 anos antes da dispensação da Lei também praticou o dízimo. No período da Lei o dízimo tornou-se obrigatório, exigência legal. Antes e depois da Lei o dízimo foi e continua sendo uma expressão de fé e gratidão. Ou damos movidos por amor a uma Causa que abraçamos, espontânea e livremente, ou simplesmente não damos. Sem cobranças, sem imposição, sem terrorismo espiritual.

"Não dou o dízimo mas contribuo com muito mais." Em meus 45 anos de vida cristã evangélica jamais conheci alguém que de fato assim o fizesse. É possível que num momento de grande emoção, diante de um apelo muito forte, ou por emulação, alguém faça uma oferta de grande valor. Algo muito acima do que seria o seu dízimo. Mas isto é tão esporádico que não credencia ninguém a dizer que dá mais que o dízimo. Aliás, o dízimo não deveria ser considerado o teto das nossas contribuições e sim o piso.

Rev. Eudes

domingo, 17 de agosto de 1997

PRIMÍCIAS

ANO LV - Domingo, 17 de agosto de 1997 - No 2703

PRIMÍCIAS

(Parte da história dos ancestrais de Aurora Campos,
esposa do Rev. Dr. William Kerr)

Que impulso teria levado aquele tropeiro a parar em suas terras, ali, bem rente de Sorocaba, interrompendo as exaustivas tiradas, até o extremo sul do país? Talvez o cansaço, diante da dificuldade desse lidar, talvez a invasão do progresso, talvez a ânsia incontida de estabilizar-se. Talvez isto, talvez aquilo, porque ficamos sempre imaginando ser obra do acaso o que são os insondáveis caminhos de Deus. "Os meus caminhos não são os vossos caminhos..." diz o Senhor.

O tropeiro simplesmente parou. Nem chegou a imaginar o instrumento que viria a ser na divulgação da Palavra Divina. Exausto dessa última jornada de volta, faminto, já sem nada para comer da matula, salvaram-no as sementes deixadas "ao acaso", antes da última saída, que tinham produzido um aboboral imenso, que lhe valeu como alimentação por vários dias. Ali se estabeleceu e formou uma grande família. A terra lhe foi propícia e a proximidade do rio ajudou muito.

Era uma época de muita incompreensão religiosa, ao lado de um nascente liberalismo. Quando um vulto do evangelismo nacional, o ex-padre José Manoel da Conceição, passou por lá, a incompreensão fez com que a mensagem salvadora do Evangelho se encontrasse com os ideais do liberalismo e o chefe dessa família, já então numerosa, tocado pelos desígnios divinos, oferecesse sua casa para que os interessados pudessem ouvir o notável evangelista.

A semente dessa pregação produziu frutos que, numa incalculável progressão geométrica, chegaram aos nossos dias através dos descendentes, alguns ainda simples sitiantes e outros que já galgaram graus elevados da cultura humana.

No começo deste século vamos encontrar, na mesma casa onde foi celebrado aquele culto, três irmãs vivendo ainda da terra. Na casa de pau a pique, chão duro, o telhado, outrora de sapé, já então de telhas feitas de barro do próprio local, à beira rio, onde se viam as marcas dos animais que vinham do pasto a procura de água fresca. Tudo lá era da terra. As hortaliças, o pomar carregado de frutas, o gado que forncecia leite, queijo, manteiga. No meio do pasto, uma linda novilha chamava a atenção. Mas não tinha preço. Era das primícias.

Samuel Kerr

domingo, 10 de agosto de 1997

PAPAI

ANO LV - Domingo, 10 de agosto de 1997 - No 2702

PAPAI,

Eu quero que você seja um crente, um crente leal, um crente fiel.

Leal como Jônatas, fiel como Davi.

Papai, quero que o senhor seja um homem de oração, orando com constância, orando na hora do perigo, orando por mim, orando comigo.

Papai, quero que o senhor ame muito a Bíblia, na leitura constante, no estudo profundo, ensinando-me sempre.

Quero papai, que o senhor ame a Igreja, sendo assíduo, levando-me sempre, fazendo-me um seu igual.

Papai, leve-me a Cristo.

Papai, ore comigo.

Leia a Bíblia para mim.

Papai, seja meu amigo, não seja tão sério, tão distante...

Brinque comigo.

Quando o senhor chegar em casa, vindo do trabalho, venha conversar um pouco comigo, eu quero tanto conversar!

Eu quero sentir seu calor, quero sentir seu cuidado.

Eu quero me orgulhar do senhor, quero gritar bem alto para todo mundo ouvir:

- ESTE É O MEU PAPAI !!

seu filho / sua filha

HOMENAGEM DA SAF DA IPVM A TODOS OS PAIS

domingo, 3 de agosto de 1997

FILHOS DE BELIAL

ANO LV - Domingo, 3 de agosto de 1997 - No 2701

FILHOS DE BELIAL

O capítulo 2 do primeiro livro de Samuel começa com o registro de um cântico, o cântico de Ana. Um cântico de regozijo e gratidão; cântico de fé e submissão. E num chocante contraste, a segunda parte deste capítulo registra a seguinte declaração: "Eram, porém, os filhos de Eli, filhos de Belial, e não se importavam com o Senhor". O texto revela em que consistia a iniqüidade desses jovens sacerdotes.

Exercer o sacerdócio em Israel era tanto um privilégio quanto uma grande responsabilidade. Os sacerdotes gozavam do respeito e consideração do povo de Deus. Suas decisões eram acatadas e sua palavra era ouvida como "palavra do Senhor". Ninguém, pois, ousava questionar a palavra de um sacerdote. Contudo, Hofni e Finéias são chamados "filhos de Belial"! Mas o que é ou quem é Belial? Esta é uma expressão transliterada do hebraico e que significa perversão ou perversidade. Belial é, pois, a personificação do mal. Há muitos filhos de Belial por aí corrompendo a verdade e profanando o sagrado.

Foi publicado há poucos dias um texto do 9° Encontro Inter-eclesial das CEBs da Igreja Católica Romana. Um dos trechos desse documento, coloca Jesus Cristo visitando um terreiro de candomblé. Na visita descrita por um sacerdote católico, Jesus espera na fila para ser atendido por uma mãe-de-santo, aceita a sua filiação chamando-a carinhosamente de mãe, declara que o terreiro é parte do Reino de Deus, admite ter um bom orixá e entra na dança para chamá-lo.

O que se pretende com tal documento? Uma confissão de fé? Um esforço para fortalecer o sincretismo religioso? Uma estratégia para conquistar o apoio dos adeptos das religiões afro-brasileiras com a finalidade de fazer frenteao crescimento da igreja evangélica? Não sei. Sei apenas que é a palavra de um sacerdote que, com essa espúria e abominável parábola, tenta perverter uma das doutrinas basilares do cristianismo - a doutrina da divindade de Cristo.

Felizmente a sandice dos filhos de Belial jamais confundirá aqueles que têm em Jesus Cristo o seu Senhor e Salvador, único e suficiente, sem mistura, sem concessões, sem conluios, sem falsa popularidade, sem fingimento. Maranata!

Rev. Eudes

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.