ANO LXX - Domingo, 28 de Outubro de 2012 - Nº 3496
IGREJA REFORMADA
Estamos comemorando 495 anos do movimento reformista religioso ocorrido em 1517, o qual foi capitaneado por Martinho Lutero e que se levantou contra a venda de indulgências e exploração da fé.
Entre vários elementos distintivos e dizeres da Reforma ficou célebre o que afirma: “Igreja Reformada está sempre reformando”. Essa expressão tem sido alvo de alguns debates com relação ao seu sentido, levando a uma visão liberal, conservadora ou “evangelical”. Penso não ser necessário tanto debate e desgaste com relação a tal tema. É ela uma Igreja que está reformando a sociedade e o ser humano? Trata-se de uma Igreja que está sempre se reformando? Significa uma Igreja que se reforma em seus aspectos “externos” e segue reformando o ambiente social onde está e aqueles que a ela se ligam? Entendo que a resposta é, de fato, a de que ela é Igreja que se reforma (não se fossiliza ou mumifica no tempo e espaço), mas é, também, uma Igreja que, ao se reformar, age reformando os que estão ao seu redor e sob sua área de influência, inclusive em abrangência nacional.
Assim, é preciso que resgatemos tal noção adequada de nossa identidade reformada, a qual vai sendo desprezada por muitos (mesmo no seio de nossas igrejas reformadas) em nome de um relativismo evangélico, que nos faz perder nossa identificação e características, sobretudo no aspecto interior de nossa relação com Deus, nosso entendimento interpretativo das Escrituras e nossa forma ética e moral de vida.
É imperativo, neste tempo de comemoração da Reforma, sabermos que somos, de fato, uma Igreja Reformada e o que isso significa em termos históricos, eclesiológicos, teológicos e, sobretudo, soteriológicos. Recebemos uma herança bela e rica, mesmo que com algumas máculas, e cabe a nós fazermos continuar essa realidade enobrecedora e destacada de sermos uma “Igreja Reformada sempre reformando”.
Rev. Paulo Audebert Delage