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domingo, 25 de setembro de 2011

VERGONHA DA ÉTICA OU ÉTICA DA FALTA DE VERGONHA?

ANO LXIX - Domingo, 25 de setembro de 2011 - Nº 3439

Vergonha da ética ou ética da falta de vergonha?

"Andai de modo digno da vocação a que fostes chamados" (Ef.1:4)

Cada vez se torna mais comum em nossos dias ouvir sobre ética. Em várias áreas escutamos falar sobre necessidade de sua manifestação. Políticos falam sobre ela, os educadores insistem em sua manifestação, integrantes da saúde têm seus conselhos de ética e enfatizam sua importância, entidades de comércio também engrossam estas fileiras e levantam a bandeira da ética, e o segmento religioso faz coro com os demais, afirmando o imperativo de se viver eticamente.

Não faz muitos dias ouvimos (pela mídia) uma declaração infeliz de um advogado constituído para defender um cidadão acusado de determinado crime. Afirmou ele que "em todas as profissões existe ética", pelo fato de seu cliente não "entregar" os outros companheiros. Tal declaração equipara profissionais honestos e honrados a ladrões e criminosos, sob o pálio da ética. Seria ética no caso citado? Só mesmo se fosse a ética da falta de vergonha. O que se pode notar é a evidência de vergonha da ética (ainda que se fale muito), uma vez que a ideia da falta de vergonha vai assumindo proporções constrangedoras em nossos dias.

A Igreja deveria ser o bastião último e seguro da manifestação do padrão ético. Mas, infelizmente, o ambiente eclesiástico está se mostrando cada vez mais afastado da genuína ética. Não me refiro ao aspecto do interesse menor por cargos e posições, levando a traições e perfídias internas nas instituições eclesiásticas, o que já é repulsivo e abjeto. Falo de líderes religiosos que incentivam e inflamam seus seguidores não apenas a morrer pela sua fé, mas a matar por ela. Sacerdotes que se envolvem em escândalos de exploração sexual de menores, estampados na mídia, e que gozam da cobertura da instituição na qual trabalham. "Guias espirituais" que se enriquecem às custas de exploração de fiéis, ostentando sua opulência econômica em moradias e carros luxuosíssimos (vaidade pessoal) às expensas daqueles que andam de metrô e ônibus. E a ética?

Resistamos a esta ação de descaso pela ética e sua violação. Andemos de forma digna da vocação à qual fomos chamados em Cristo, sem vergonha da ética e, sobretudo, contra a ética da falta de vergonha.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 18 de setembro de 2011

TERCEIRIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

ANO LXIX - Domingo, 18 de setembro de 2011 - Nº 3438

TERCEIRIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

"Estas palavras estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos..." (Dt. 6: 6,7)

Após o resultado do ENEM, divulgado semana passada, ficamos analisando a situação da educação em nosso país. Houve melhorias? Certamente que sim, se pensarmos nas oportunidades que foram abertas, nas escolas que foram instaladas, na "democratização" do acesso à educação, etc. Mas, e o nível do ensino? Universitários que não sabem falar e, muito menos, escrever. A situação é, no mínimo, inquietante.

Mas, não quero falar da educação secular. Desejo pensar em nossa educação religiosa. Este domingo é dia da Escola Bíblica Dominical, criada no século XVIII, na Inglaterra, com o propósito de alfabetizar, ensinar literatura inglesa, matemática, outras matérias seculares e a Bíblia. Este objetivo era para instruir as crianças que não tinham acesso à escola (trabalhavam durante a semana por mais de 12 horas por dia) e que só tinham o domingo para "descanso", já que tais crianças não recebiam instrução na escola e nem educação religiosa em casa.

Vê-se que o propósito da EBD não era "terceirizar" a educação religiosa ministrada nos lares, mas oferecer isto ao que não a tinha em casa. O fundador da EBD jamais quis indicar a substituição e transferência de responsabilidade dos pais em instruir seus filhos, para os professores da Escola Bíblica. Esta era e deve ser sempre um reforço ao ensino do lar, mas não seu substituto.

As famílias estão "terceirizando" a instrução religiosa de seus filhos, bem como a oportunidade de apresentar-lhes a salvação em Jesus, o Cristo. Trazem ou mandam à EBD para que recebam o ensino, como se isto fosse o máximo. É triste que nem mesmo ajudam os filhos a realizarem as tarefas passadas pelos professores da EBD para fazerem em casa durante a semana. "Enchemos" nossos filhos de atividades durante a semana, mas não lhes damos um tempo mínimo para ensino bíblico. Não inculcamos em nossos filhos e filhas estas palavras santas do Senhor. Pensa-se que a Igreja é responsável por ensinar e conduzir todos eles neste Caminho e, se eles deixarem tal ensino, a culpa é da Igreja que não fez seu trabalho. Transferência de responsabilidade.

Valorizemos a EBD; reconheçamos o esforço que é feito para instruir nossos filhos nos caminhos do Evangelho; louvemos a Deus pelo cumprimento de sua tarefa, mas jamais nos esqueçamos de que a responsabilidade do ensino é nossa, como pais e mães, em nosso lar. A EBD existe para ajudar-nos neste ministério dado pelo Senhor a nós de inculcar Suas palavras aos nossos filhos.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 11 de setembro de 2011

AS TORRES

ANO LXIX - Domingo, 11 de setembro de 2011 - Nº 3437

As Torres
"... as suas torres estão assoladas..." (Sofonias, 3:6)

Era o dia 11 de setembro de 2001. Terça-feira de manhã clara, céu azul, sol radiante. Eu e Alice estávamos em Boston (Estados Unidos) e estaríamos chegando às torres, caso não houvesse ocorrido uma pequena mudança em nossos planos no dia anterior. Foi um abalo imenso em todo o país. A nação inteira estava chocada, chorosa e revoltada com relação à violência sofrida.

Passaram-se 10 anos. Não quero parecer piegas, nem menosprezar a dor e sentimento dos que foram atingidos e vitimados por este ato de barbárie e violência. Mas, sou levado a perguntar o que fica para nós diante deste fato, além de apontar o fanatismo religioso insano de seguidores do Islã, que, em nome de um deus, cometem tal barbarismo?

a) Perceber nossa fragilidade: Quem imaginaria que tais estruturas poderiam ruir como ruíram? Dias antes havíamos sobrevoado a cidade e elas se mostravam imponentes, como um símbolo de absoluta estabilidade. Em minutos um monte de escombros e nada mais. Somos frágeis e débeis, por mais que nos queiramos nos ver inabaláveis e estáveis.

b) Perceber a necessidade de permanente vigilância: A maior potência do mundo atingida de forma tão direta, mas, ao mesmo tempo, de modo tão simples e eficiente. Nada de fora, porém, de dentro. Não bombardeiros estrangeiros, não mísseis intercontinentais, mas aviões domésticos. Não estavam preparados para este tipo de ataque. A falsa sensação de poder levara à falácia da falsa segurança. Por mais fortes que sejamos (ou pensemos ser) é necessário vigilância permanente contra nossos adversários, os quais procuram nos devorar.

c) Perceber o imperativo da absoluta confiança em Deus: Todo poderio bélico, logístico, econômico e digital foi incapaz de livrar os Estados Unidos daquele ataque. A confiança em si mesmo e nas coisas foi profundamente abalada, levando à reflexão sobre o imperativo de confiança em Deus. Ele é a nossa torre (Sl. 61:3; Pv.18:10) forte e inabalável, Ele é nosso refúgio e fortaleza (Sl.46:1).

Abriguemo-nos no Senhor, torre que jamais será abalada.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 4 de setembro de 2011

PAZ, PAZ; QUANDO NÃO HÁ PAZ...

ANO LXIX - Domingo, 04 de setembro de 2011 - Nº 3436

"Paz, paz; quando não há paz..." (Jeremias, 6.14; 8.11)

Grande expectativa se formou nos Estados Unidos da América do Norte, e em outras partes do mundo, com a passagem do furacão Irene. Evacuação de pessoal em cidades costeiras, reforço nas janelas e portas de casas de comércio e residências e outras medidas preventivas. Pelo menos 11 mortes em conseqüência do furacão cujo nome é Irene, palavra de origem grega que significa paz. O contraste é muito grande entre o nome e os efeitos do fenômeno.

O texto do profeta Jeremias também fala de algo parecido, ainda que não esteja em conta nenhum fenômeno natural. Trata-se do ambiente social reinante em Israel naqueles dias. Falsos profetas anunciavam a existência de paz, quando, na verdade, não havia paz alguma. Apenas uma falsa sensação de tal situação, uma ilusão de calmaria e falta de aflição. Embora houvesse o anúncio de paz, ela não estava presente. Não havia paz.

De certa forma isso ainda se verifica no nosso contexto hodierno. Há quem insista em que tudo está em paz, tudo é paz; mas não há paz. Ao olharmos a situação mundial vemos uma quantidade imensa de conflitos étnicos, religiosos e sociais com beligerância e atrocidades. As cidades não são lugares seguros e confiáveis, onde o crime campeia e a violência aumenta. Claro que não existe uma histeria coletiva de pânico, mas a situação vai se agravando e a sensação de insegurança e a consequente falta de paz aumenta. Arrastões em restaurantes, invasões em domicílios, assaltos a instituições financeiras, violência doméstica, crescimento da incidência de abuso sexual de menores, tráfico de drogas e outras tantas misérias sociais. Paz, paz, quando não há paz.

Jesus nos diz: "Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou" (João 14.27). Esta é a solução; a paz genuína e verdadeira. Em Cristo há e haverá esta paz que "excede a todo entendimento" (Filipenses, 4.7), sem falsear ou enganar com nome ilusório de Irene. Em e com Cristo, mesmo no meio do furacão, poderemos desfrutar a verdadeira Irene, a paz de Deus.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.