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domingo, 31 de outubro de 2010

AI (45)

ANO LXVIII - Domingo, 31 de outubro de 2010 - Nº 3392

"Ai! Ai! Tu, grande cidade...Ai! ai! da grande cidade... Ai! ai! da grande cidade"
( Ap.18: 10, 16, 19).

No mundo antigo também existiam grandes cidades, ou cidades grandes. Tinham população volumosa, contando centenas de milhares de habitantes. Pode não parecer muito hoje, mas se pensarmos em dois, três, quatro mil anos passados, então faz sentido o título de "grande cidade".

João, ao registrar esses "ais", refere-se à cidade de Babilônia. No entanto, não se trata da Babilônia dos caldeus, mas do que ela simbolizava e simboliza. Babilônia, no Apocalipse, é uma figura usada para Roma em seu esplendor, mas, também, em sua luxúria inebriante, corrupção e desprezo por Deus, embora mantivesse sua religiosidade e cultuasse seus muitos deuses.

Por sua vez, Roma é, também, emblemática, ou um paradigma e exemplo de afronta a Deus e Seus mandamentos. Tipifica toda a ação sistematizada e organizada de resistência e rejeição às determinações de Deus, preconizando e desenvolvendo toda forma de distanciamento dos padrões dados por Deus em Sua Palavra. É o "retrato" do próprio mundo, enquanto sistema corrupto e corruptor, contra o qual a Igreja de Cristo se posiciona. Esta Babilônia, ou Roma, nada mais é que a figura da estrutura e sistema que animaliza, desumaniza e bestializa o ser humano. Os textos nos falam de comércio que envolve até as almas, seja tal palavra tomada no sentido de vidas ou espíritos (v.13). É a escravidão do ser em toda sua plenitude.

Em meio a este conceito, vemos que tal "grande cidade", será derrubada de sua arrogância e grandeza. Sua ruína será total. Sua destruição será muito rápida e breve, deixando ver o poder daquEle que é infinitamente maior do que esta grande cidade, ou seja, desse mundo corruptor. Muitos dirão "ai, ai", lamentando que o juízo venha sobre ela. Mas, os santos , ao contrário, exultarão e exclamarão: "Aleleuia! O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e de seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos". (Ap.11:15). A "Grande Cidade" (mundo) passará. A gloriosa cidade virá (Jerusalém celestial). Em qual delas você estará?

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 24 de outubro de 2010

AI (44)

ANO LXVIII - Domingo, 24 de outubro de 2010 - Nº 3391

"Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!" (I Coríntios, 6:19)

É razoável que pessoas indaguem sobre o fato de Paulo pregar o evangelho por obrigação (compulsoriamente), pensando que ele não o fazia por boa vontade ou alegria. Trata-se, na verdade, de percepoção de dever-privilégio e não mera tarefa obrigatória. Ao compreender o fato de que sua salvação não poderia ficar retida nele, mas necessitava ser partilhada à medida que via outros tantos sem esperança e sem redenção, dava lugar à compulsão-obrigação de falar-lhes do evangelho de Cristo.

Nesse sentido é que ouvimos Paulo expressar sua íntima aflição: "ai de mim se não pregar o evangelho". Não é "ai de vocês", mas "ai de mim". Essa é também sua experiência? Esse é também seu pensamento? Se você não prega (vive-testemunha) o evangelho há essa sensação de angústia e aflição em seu coração? Não? Que lamentável.

Mas, qual o sentido desse "ai"? Teria Paulo medo de alguma forma de condenação iracunda manifesta pelo Senhor contra ele?

Primeiramente é possível que houvesse, não esse tipo de medo, mas, temor devido por chegar diante de seu Senhor sem o cumprimento de sua tarefa e "obrigação". O constrangimento, o embaraço e a vergonha o levariam a corar de vergonha e, sem dúvida, o sentimento seria de "ai de mim". Ouvir a expressão "servo negligente" é sempre embaraçoso e constrangedor e nos leva à situação de dizermos: "ai de mim, miserável que sou".

Pode-se também entender que Paulo não pense em ações de Deus em cobrá-lo, mas que seja algo ligado ao seu próprio senso de compromisso. Desse modo, trata-se de algo de sua própria consciência e percepção de dever. Não é ação de fora, mas de dentro. Ver-se como alguém negligente e faltoso em realizar o que dele se espera, é motivo para dizer "ai de mim".

Outra possibilidade é a de que Paulo se colocava como alguém que , deixando de pregar, seria "co-responsável" pela não redenção daquele indivíduo, por não lhe haver dado a chance da conversão pela pregação do evangelho. "Ai de mim"; pois se não pregar, pessoas não ouvirão; em não ouvindo, não invocarão; em não invocando, não experimentarão a redenção.

Que a mesma consciência de Paulo esteja manifesta hoje, que seja percebido o privilégio-obrigação de pregar (viver-testemunhar) o evangelho, pois se assim não for, não resta outra coisa a dizer : "Ai de mim POR não pregar o evangelho".

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 17 de outubro de 2010

AI (43)

ANO LXVIII - Domingo, 17 de outubro de 2010 - Nº 3390

"Ainda que venham a criar seus filhos, eu os privarei deles, para que não fique nenhum homem. Ai deles! Quando deles me apartar" (Oséias 9.12)

Uma das leis determinantes da natureza é a da semeadura, ou seja, aquilo que se semeia é o que se vai colher, o que se planta é o que se colhe. Ao se fazer a leitura do texto do profeta Oséias, vê-se uma situação aflitiva endereçada aos pais; a privação da presença dos filhos. Mesmo que se conseguisse criar os filhos, estes tais seriam subtraídos a seus pais por causa da ação de exércitos estrangeiros, que matariam ou levariam cativos os filhos que fossem criados. Uma verdadeira tragédia. Ficamos a pensar: que coisa terrível. Mas, este é o resultado. Qual a causa?

O profeta deixa claro que tal fato se daria com Israel no momento em que o Senhor se afastasse, ou voltasse "as costas" ao Seu povo, em uma ação de disciplina. O povo, já de muito, havia se afastado dEle e abandonara Aquele que o havia escolhido e chamado. O Senhor, por sua vez, ainda se mantinha ligado ao povo, devido à Sua paciência e longanimidade. Mas, a advertência estava posta: "ai deles quando deles me apartar".

Não se pode esperar receber outra coisa, a não ser a consequente tragédia pela atitude de abandonar o Senhor, a saber, ser abandonado por Ele. A sociedade moderna (ou pós-moderna) O tem abandonado e negado, assumindo um distanciamento dos valores estabelecidos por Ele mediante os ensinos de seus profetas, apóstolos e, sobretudo, Seu próprio Filho. Deus tem entregue os homens à sua própria decisão, os tem abandonado. Têm eles colhido o fruto desta semeadura de rebeldia e rejeição a Deus e Sua Palavra, e ainda ficam indagando e questionando tantas vezes: por quê, por quê? Isso se dá, inclusive, com algumas "igrejas" chamadas cristãs.

É pesaroso ao coração crente ver a situação daqueles que deixam o Senhor e são, por conseguinte, abandonados por Ele. Mas, Ele mesmo nos adverte por boca do apóstolo: "...de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gálatas,6:7). A Ele nos apeguemos e jamais O deixemos.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 10 de outubro de 2010

AI (42)

ANO LXVIII - Domingo, 10 de outubro de 2010 - Nº 3389

"Ai deles! Porque fugiram de mim; destruição sobre eles, porque se rebelaram contra mim; eu os remiria, mas eles falam mentira contra mim". (Oseias 7:13).

Nem sempre existe uma relação direta de causa e efeito no processo ligado aos males que nos atingem. Porém, deve-se levar em conta o fato de que, por vezes, essa relação existe e é bem evidente.

No texto escrito pelo profeta Oseias tal relação é percebida nitidamente. A exclamação que envolve o "ai" contra os mandatários de Israel, ocorre como consequência de atitudes destes tais para com o Senhor. O profeta afirma que os indivíduos "fugiram" do Senhor, ou seja, afastaram-se dEle, ou posicionaram-se de modo indiferente em relação ao Senhor, vivendo como se Ele não existisse e não fizesse diferença alguma (secularismo).

A situação é agravada e aprofundada quando não apenas fogem , mas passam a se rebelar ou se revoltar contra o Senhor (ateísmo militante), assumindo postura de beligerância, oposição e luta contra o Senhor e qualquer ideia que esteja ligada a Deus. O resultado é também agravado: destruição. Isso foi o que, de fato, aconteceu. Houve destruição perpetrada pelos exércitos inimigos que invadiram os territórios de Israel, semeando e plantando a destruição. O preço pago pelas atitudes contra o Senhor foi altíssimo.

Vê-se, pelo texto, que mesmo com as atitudes assumidas por tais pessoas, o Senhor se mostra longânimo e disposto a remi-los, isto é, livrá-los ou libertá-los das ameaças estrangeiras. Mas, eles insistem em blasfemar contra o Senhor, falando mentiras contra o Santo. Esse é o quadro do coração humano que não se rende aos apelos do Senhor, nem se curva às demandas de Deus. Infelizmente; "ai deles".

Não fuja, não se rebele, não blasfeme contra o Senhor, mas volte-se para Ele, clame por Ele, entregue-se a Ele, a fim de não ouvir : "ai de você".

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 3 de outubro de 2010

AI (41)

ANO LXVIII - Domingo, 03 de outubro de 2010 - Nº 3388

"Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Para que desejais vós o dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz" (Amós, 5:18)

Alguns textos bíblicos geram surpresa quando os lemos. Penso que este seja um deles. Como se pode imaginar ser alvo de lamentação aquele que deseja e anela pelo dia do Senhor? É de se supor que seja algo digno de louvor e elogio o desejar o surgimento de tal dia. Então, por que esse "ai" expresso pelo Senhor em relação a tais pessoas?

Acontece que, em muitos casos, as pessoas pensam que pelo fato de algo estar ligado a Deus aquilo é totalmente benéfico e abençoador a todos. Infeliz engano. No nascimento de Jesus, por exemplo, é dito que ele "está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel" (Lc.2:34), o que faz existir o contrate entre edificação e destruição, salvação e perdição. Assim, vemos que a própria manifestação de Cristo não é manifestação apenas de redenção ou alegria para a humanidade, mas , também, de condenação e tristeza.

É nessa dimensão que devemos ler e entender o texto do profeta Amós e seu "ai" pronunciado. O Dia do Senhor, que podemos tomar, nesse contexto, como o da manifestação do próprio Senhor Jesus em Sua glória, trará consigo não só vivas de aclamação, exultação e júbilo de vitória, mas, também, vozes de angústia, aflição e lamento profundo. Será também tempo de "choro e ranger de dentes".

Claro que o modo pelo qual esse Dia será de alegria ou tristeza; felicidade ou angústia, deve-se à maneira com a qual eu me relaciono com Aquele que será evidenciado e manifestado em tal dia, ou seja, o Senhor. Se meu relacionamento com Ele é de aceitação, fé e submissão à Sua vontade, então haverei de expressar voz de júbilo e alegria, recebendo palavra de bem-aventurança. Se, ao contrário, meu relacionamento com o Senhor é de rebeldia e rejeição, então restará ouvir e experimentar a dor aflitiva desse "AI".

Creia em Jesus Cristo como seu salvador pessoal e deseje, sem medo, a manifestação desse dia esplendoroso; o Dia do Senhor em Sua volta gloriosa.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.