PESQUISAR ESTE BLOG

domingo, 27 de junho de 2010

AI (30)

ANO LXVIII - Domingo, 27 de junho de 2010 - Nº 3374

"Ai de vós escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei, a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas cousas, sem omitir aquelas" (Mateus 23:23)

A abordagem de Jesus, feita nestes dizeres, é sobre um assunto que se tornou delicado falar no ambiente das igrejas, o dízimo. Claro que o interesse de Jesus não é falar sobre o dízimo (preceito bíblico e lei), mas, sim, expor atitude hipócrita de religiosos que valorizam mais esse ato (dar o dízimo), que o praticar os valores mais sublimes e elevados.

É ressaltado o zelo e a fidelidade dos religiosos pelo fato de darem o dízimo, até mesmo, das coisas pequenas e insignificantes, como as hortaliças apontadas no texto. É um exemplo a ser seguido por nós, o cuidado demonstrado para com o mandamento do Senhor. No entanto, é preciso que atentemos para o exercício das virtudes colocadas por Jesus, pois a observância de tais padrões de conduta (justiça, misericórdia e fé) não podem ser substituídos pelo simples cumprimento de mandamento legal (circuncisão, dízimo, etc).

Para aqueles que tentam negar a realidade do exercício do dízimo, dizendo que Jesus nunca ensinou tal prática, o texto transcrito mostra o contrário. O Senhor Jesus não está desconstituindo o dízimo e sua prática, ao contrário, Ele está determinando que seja ele cumprido tanto quanto as virtudes por Ele apontadas. Sua afirmativa é inquestionável: fazer estas (praticar justiça, misericórdia e fé), sem deixar de fazer aquelas (dar o dízimo das coisas rentáveis).

A exploração da boa-fé, o abuso de indivíduos vorazes em sua ânsia de coletar dinheiro e as distorções de ensino quanto à prática da entrega do dízimo, não podem nos impedir de exercer, com fidelidade e zelo, esta prática reafirmada pelo Senhor Jesus, sem nos esquecermos, no entanto, do exercício da justiça, misericórdia e fé, a fim de não sermos assemelhados aos hipócritas e termos sobre nós esse mesmo "ai".

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 20 de junho de 2010

AI (29)

ANO LXVIII - Domingo, 20 de junho de 2010 - Nº 3373

"Ai de vós, guias cegos! que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou" (Mateus,23:16)

Votos e juramentos; o Senhor Jesus não os está condenando, mas aos guias, a quem chama de cegos, que conduziam o povo ao erro em termos do exercício do juramento.

No texto transcrito, e nos versículos seguintes, encontramos o desvio do sentido, que é o alvo da admoestação de Jesus, a saber, a valorização maior da coisa material em relação à sublimidade do espiritual. Para esses "guias cegos" o ouro do santuário e a oferta sobre o altar são mais valiosos e importantes que o santuário e o altar. Sua atenção está presa e voltada para o valor da coisa em si, mas sem a devida valorização do que lhe dá, de fato, o valor.

Podemos imaginar que haja quem ainda hoje assim faça ou pense? Infelizmente isso ainda é verdade. Para muitos, inclusive guias chamados religiosos, o valor maior está nas coisas (casa, carro, roupa, bens de consumo) e não no compromisso da relação de fé com o Senhor, ainda que tal engajamento não resulte em benefício imediato ou material.

Não se trata de hipocrisia (nesse caso), mas de cegueira. Estavam com sua percepção espiritual obliterada, sendo incapazes de enxergar os aspectos de real valor e importância envolvidos no assunto. Essa atitude de cegueira em um condutor, é extremamente preocupante, posto que põe em risco aqueles que são por eles conduzidos. Isso nos faz lembrar a palavra do Senhor ao dizer: "Deixai-os: são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco" (Mt.15:14). A responsabilidade dos que ensinam da forma como os escribas e fariseus estavam fazendo, não traz apenas sobre eles a punibilidade e juízo, mas, desafortunadamente, faz com que os seus conduzidos sejam também levados ao erro.

Sejamos guias que têm a visão aberta e a percepção acurada dos valores do Reino, conduzindo os que nos acompanham à segurança do ensino correto da Palavra de Deus, levando-os a "buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça" (Mt.6:33).

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 13 de junho de 2010

AI (28)

ANO LXVIII - Domingo, 13 de junho de 2010 - Nº 3372

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós" (Mateus 23:15).

O Senhor Jesus continua vociferando contra os escribas e fariseus, e mantém a palavra dura, chamando-os de hipócritas, não se importando com regras de etiqueta e coisas dessa ordem.

Pode-se destacar o zelo dos fariseus e dos escribas em se conseguir prosélitos, ou seja, convertidos e novos adeptos à sua doutrina religiosa. Há um empenho muito grande: "rodeais céu e terra". No entanto, o esforço é visto como um retumbante fracasso, uma vez que tal dedicação fará com que o novo adepto continue perdido e condenado ao inferno (geena).

Jesus afirma que tal pessoa será feita "filho do inferno duas vezes mais que vós". Aqui se vê a colocação de que não basta religião, mesmo a que tenha doutrina certa, como era a dos judeus, pois apenas a religião certa não livra ninguém da condenação eterna. Jesus diz que aqueles fariseus e escribas eram filhos da condenação (do geena), e os que abraçassem a crença, como ensinada por eles, teriam igual destinação.

Há muitas religiões, hoje em dia, que se empenham por fazer prosélitos e, depois de fazê-los, os tornam tão filhos do inferno quanto seus doutrinadores. O sentido do texto, ao falar sobre "duas vezes mais do que vós", se aplica de igual modo, pois o indivíduo estava perdido anteriormente e, agora, continua na mesma situação. Mudou de religião, mas ainda está em condenação, ou seja, na situação anterior e na atual está condenado (duas vezes).

Podemos correr esse tipo de risco? Sim. Se nossa mensagem for apenas religiosa e sem expressão de vida. Se comunicarmos apenas doutrina e preceitos e não a Pessoa de Jesus e Sua Obra redentora, que deve ser aceita e recebida por aquele a quem falamos. Fazê-lo apenas seguidor de nosso Credo é torná-lo condenado duas vezes. É preciso que haja , de fato, salvação em Jesus, entrega de vida a Ele com arrependimento e confissão de pecados, para haver recepção da graça salvadora na Pessoa de Jesus, o Cristo.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 6 de junho de 2010

AI (27)

ANO LXVIII - Domingo, 06 de junho de 2010 - Nº 3371

"Ai de vós que devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso sofrereis juízo mais severo" (Mateus, 23:14).

As imprecações do Senhor Jesus continuam contra os religiosos de seus dias e de sua gente. O texto em Mateus está entre colchetes, mas o paralelo de Marcos 12:40, garante a certeza de ser original este dito de Jesus em desfavor dos escribas e fariseus.

A ideia que está colocada no texto, pode-se perceber pelo uso do termo "devorar", é a de que tais indivíduos davam lugar à sua ganância e, de alguma forma, recebiam (levavam) dinheiro dessas viúvas, fazendo-lhes aumentar a situação de privação, que já era séria. Havia aquelas viúvas ricas, cujas ofertas eram grandes e eles, embora não as deixassem na miséria, sempre conseguiam subtrair-lhes algum valor razoável. A justificativa para tal ato eram os "serviços religiosos".

A interpretação pode ser a de que as orações eram para justificar as ofertas recebidas ("vou orar por você" e recebiam para tal). Seja qual for a interpretação, o fato que gera a revolta e ira no Senhor, é o de se usar a oração nesse contexto e com tal propósito. Corromper o uso e exercício desse que é meio de comunhão com o próprio Deus, era, para o Senhor, algo insuportável.

O juízo do Senhor será pesado e contundente contra os que assim fazem. A sua condição de religiosos não será causa de abrandamento ou diminuição do juízo, ao contrário, tornar-se-á agravante, posto que conhecem bem o que estão fazendo, e sua conduta de perversão da oração é abominação ao Senhor.

Há os que ainda hoje assim fazem. Continuam "devorando" as casas das viúvas com pretexto de oração e coisas do gênero religioso. São gananciosos e vorazes em buscar alcançar alguma forma de benefício pecuniário ou lucro explorando a religião e a religiosidade. Essa categoria de gente ou de pessoas ainda continua existindo e se encontra ativa em nossa sociedade e em nosso meio chamado "gospel-evangélico". Ai dos que assim agem, diz o Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

TWITTER

ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.