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domingo, 30 de maio de 2010

AI (26)

ANO LXVIII - Domingo, 30 de maio de 2010 - Nº 3370

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois, vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando" (Mateus 23:13)

O evangelista Mateus nos apresenta uma série de "ais" proferidos pelo Senhor Jesus em relação ao grupo de religiosos, incluindo os fariseus, escribas e doutores da lei. As colocações de nosso Senhor são diretas, incisivas, contundentes e, até mesmo, chocantes.

Acostumamo-nos com a figura cândida, plácida, contemplativa, quase apática de Jesus, nosso Senhor, e deixamos de perceber sua figura forte, rija, intransigente e confrontadora, que não poupa palavras duras e diretas, sem preocupar-se com as filigranas da educação e da polidez social. Não é ofensivo, por ser verdade, mas é rude e descortês: hipócritas.

A indignação de Jesus, o Cristo, se mostra pelo fato de que tais indivíduos assumiam certa postura ou comportamento, que não apenas não lhes permitia entrar no Reino, mas que, sobretudo, era empecilho e estorvo a que outros pudessem entrar. Quando alguém não quer entrar no Reino de Deus, isso é uma decisão dela e pode trazer alguma "tristeza ao coração" do Senhor. No entanto, quando você, além de não entrar, impede ou não deixa que outro entre, tal atitude não gera tristeza, mas ira da parte do Senhor.

O Deus que se ira, está fora de moda nesses tempos modernos (ou pós-modernos?). Não há mais lugar para Ele. O Senhor Jesus foi mutilado, cortaram sua faceta sobrenatural, sua identidade divina e sua manifestação humana de ira, indignação e condenação do pecado e do pecador. Deixaram restante um Jesus esquálido, desfigurado, tíbio e fraco, ao estilo "paz e amor".

Ai daquele que rejeita o convite e não entra no Reino de Deus, mas, ai daquele que, além de assim fazer, age impedindo que outros possam entrar nesse Reino. O Senhor não terá por inocentes os que assim fazem; sejam eles religiosos, cientistas, militares ou qualquer outra categoria de pessoa. A palavra de condenação que sobre eles já soa no presente: "ai de vós", soará ainda mais terrível no futuro, "lançai-os fora, nas trevas" (Mateus 22:13), porque "o nosso Deus é fogo consumidor" (Hebreus 12:29).

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 23 de maio de 2010

AI (25)

ANO LXVII - Domingo, 23 de maio de 2010 - Nº 3369

"Ai do mundo, por causa dos escândalos ... ai do homem pelo qual vem o escândalo" (Mateus, 18:7)

Há duas vezes a ocorrência de "ai" nesse texto, o que é digno de observação. No verso anterior Jesus adverte sobre "fazer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim", mas no verso que temos em foco, não se trata dos que crêem, mas do próprio mundo.

Qual o motivo do Senhor Jesus expressar esse lamento com relação ao mundo , em termos de ser atingido por algum escândalo? A possibilidade é de referir-se ao fato de que devido aos escândalos haja distanciamento da fonte de redenção; pelo comportamento escandaloso dos que deveriam ser paradigmas e exemplos, as pessoas desacreditam do próprio Evangelho e, por isso, não alcançam a graça da redenção em Cristo, decepcionam-se e viram as costas à fé em Cristo. Por isso: ai do mundo por causa dos escândalos.

Jesus nos adverte que não é possível permanecer isento ou livre da manifestação de tais fenômenos ou ocorrências. O comportamento gerador de vergonha não tem como não existir. Então é algo normal ou natural e não há nenhum problema? Ao contrário, o Senhor nos aponta o segundo ai, e agora o faz com relação ao que desencadeia o escândalo. A responsabilidade de quem assim se comporta e deflagra tal modo de postar-se, fica estampada pelo Senhor, dizendo ser melhor que tal pessoa se lançasse ao fundo do mar com uma grande pedra amarrada ao pescoço.

O escândalo não é coisa pequena, ao contrário, é séria. Verifique o que você faz ou tem feito e a repercussão de tal ato entre as pessoas, sobretudo "aos pequeninos que crêem" no Senhor. Seus feitos, realizações, posturas, comportamento, hábitos de lazer e sociabilidade produzem louvor e honra ao Senhor, ou geram confusão, instabilidade e desordem devido ao seu caráter escandaloso? Aproximam as pessoas de Cristo, ou servem como afastamento de um compromisso com Ele?

Não podemos, infelizmente, evitar que os escândalos existam, mas devemos viver de tal modo que tais escândalos não existam tendo a nós como seus protagonistas ou realizadores. Cuidado, ouça a advertência do Senhor: "ai daquele pelo qual vem o escândalo". Você vai querer ser essa via pela qual o escândalo se manifeste?

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 16 de maio de 2010

AI (24)

ANO LXVII - Domingo, 16 de maio de 2010 - Nº 3368

"Ai de ti Corazim! Ai de ti Betsaida! Porque se em Tiro e Sidon se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza" ( Mateus 11:21).

Chegamos ao Novo Testamento e as manifestações de "ais" existentes em seus livros. O texto de Mateus é o primeiro dentre vários, os quais serão tratados seguidamente.

As cidades de Corazim e Betsaida localizavam-se a noroeste do mar da Galiléia, enquanto Tiro e Sidom eram cidades da região sírio-fenícia (e Líbano), portanto, gentias e não judias.

Em um primeiro momento pode-se perguntar: Se essas cidades se arrependeriam, por que não se foi pregar para elas ou nelas, a fim de se converterem? A resposta é simples: para não se converterem. Se fosse esse o plano de Deus elas iriam ouvir, se arrepender e se converter. Não era.

Em lugar de pensarmos naqueles que não ouviram e o que vai se dar com eles, como o caso das cidades de Tiro e Sidom, devemos ter nossa atenção voltada para a situação dos outros que ouviram e viram os milagres, mas não se arrependeram e nem se entregaram ao Senhor. Esse sim é o grande problema.

Do mesmo modo que tais cidades foram impenitentes, ainda que vendo os milagres do Senhor Jesus, temos em nossos dias (e em nosso meio) muitos que, embora ouçam a mensagem do Evangelho, vejam a manifestação da graça salvando vidas e participem dos serviços sagrados (cultos), assumem comportamento de descompromisso com a fé cristã evangélica, envolvendo-se em modismos e "baratos da hora", em uma tentativa de satisfazer algum "vazio" existencial que sabem só poder ser preenchido por Jesus, o Cristo.

As pessoas que assumem tal forma de comportamento, sustentando padrões de mundaneidade e valores não do Reino de Deus, mas das diretrizes do "presente século", são comparadas a essas cidades de Corazim e Betsaida. Nesse sentido são alvos da mesma expressão usada pelo Senhor Jesus, endereçada a tais cidades: "ai de ti". Sim, ai de ti.

Precisamos decidir, nós que nos chamados cristãos evangélicos, se mudamos de atitude ou mudamos de nome. Pois se mantivermos atitudes que escandalizam o Evangelho e o Nome do Senhor, devemos mudar de nome e deixar de nos chamar cristãos. Mas, espero que se conserve o nome e seja mudada a atitude, a fim de que não se ouça : "ai de ti..."

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 9 de maio de 2010

O AMOR MATERNAL DE DEUS

ANO LXVII - Domingo, 09 de maio de 2010 - Nº 3367

O amor maternal de Deus

O profeta Isaías nos traz uma palavra muitíssimo bela sobre o ser de Deus, comparando-O com uma mãe ao dizer : "Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados" ( Isaías 66:13). Claro que esta não é uma forma costumeira de percebermos o Ser de Deus, ou seja, Sua manifestação materna, ou de caráter materno. A grande ênfase é sobre a paternidade de Deus e assim Ele é visto e enfatizado, sobretudo, pela Pessoa de Cristo que, sendo Filho, a Ele (Deus) se dirigia como Pai.

Vemos, também , que o próprio Senhor Jesus ao avistar Jerusalém , chorando disse: " Jerusalém, Jerusalém! Que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!" (Mateus 23:37). Jesus se mostra Deus, pois diz que ele quis várias vezes reunir. Como? Ao longo da história na condição de Deus. Nesse propósito (reunir) usa a figura (aplica-a a si mesmo) de uma galinha que zelosamente cuida de seus pintinhos. Não se compara a um arrogante e exuberante galo, mas a uma cuidadosa e zelosa galinha – mãe.

Deus é espírito, nesse sentido é incorpóreo, imaterial, sem forma. O espírito não tem gênero (masculino ou feminino), logo Deus não é masculino ou feminino e, por isso, pode ter Suas manifestações ligadas ao caráter materno-feminino, ou ao paterno-masculino.

Nesse domingo fica bom relembrarmos o que foi chamado de "rosto materno de Deus". Claro que Ele é pai no sentido de provisão, guarda, proteção, socorro e outras manifestações (e não de gênero). Mas, é, igualmente, mãe no sentido de consolo, desvelo, carinho, amparo, suporte, aconchego e outras manifestações (e não de gênero).

Muitas pessoas têm dificuldade em perceber Deus como pai, devido à figura paterna despótica, abusadora e violenta em sua vida familiar, mas sentem-se muito à vontade em poder vê-LO como mãe, por contemplar todo esforço, empenho e cuidado de sua mãe em cuidar, proteger e amar de modo prático e efetivo.

Nesse domingo de maio relembro a todos (e todas) esse fato lindo e maravilhoso da "face materna de Deus". O Senhor abençoe as mães, e que sejam reflexo, em nossas vidas, do amor do próprio Deus. Pois Deus não é só pai, é também mãe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 2 de maio de 2010

AI (23)

ANO LXVII - Domingo, 02 de maio de 2010 - Nº 3366

"Ai daqueles que nos seus leitos imaginam a iniquidade e maquinam o mal; à luz da alva o praticam, porque o poder está em suas mãos" (Miquéias 2:1)

A atualidade da Bíblia é marcante. Isso não se dá apenas por ser ela o que é, mas também por ser a humanidade o que sempre foi e é. A corrupção está presente na vida do ser humano em qualquer época da história.

O versículo bíblico transcrito aponta para essa realidade e poderia ser aplicado ao quadro brasileiro atual, ou a outros países, pois o que se vê aqui é a manifestação da ganância do indivíduo, do exercício da tirania e do abuso do poder.

Na sequência pode-se ver (v.2) que o foco dessa passagem (a maquinação do mal à noite) é sobre a exploração financeira e econômica do outro. Como detêm o poder (capacidade de determinar e fazer) querem usá-lo em seu próprio favor e benefício pessoal, mesmo que isso custe o prejuízo ou ruína do outro. Pode-se encarar tal resultado como um "efeito colateral" do direito do uso do poder. Ah, planalto central brasileiro!

O comentário encontrado na Bíblia Vida Nova é sugestivo e, por isso, o transcrevo: "O contexto sugere que o mal que está sendo cogitado é um modo legalmente viável de extorquir os bens do pobre, evitar os deveres cívicos e as exigências da consciência, de fazer grandes negociatas com lucros injustos, e burlar a lei."

A maquinação do mal, seja pública ou privada, ou a combinação de ambas é algo que nos causa repulsa. A geração que vai sendo formada, precisa ter uma visão e postura diferentes daquelas que nos antecederam no universo da política em seu aspecto sórdido e leviano. Não apenas um planeta melhor para a geração futura, mas, também, uma geração futura melhor para o planeta. Qual ética temos ensinado e demonstrado a nossos filhos e aos que se relacionam conosco? Falar da corrupção (maquinação do mal) no Poder Público, mas viver burlando a lei, lesando o próximo e buscando "levar vantagem em tudo" nos coloca sob juízo da sociedade e do próprio Deus (v.3), pois nos faz perfilar com esses que em "seu leito maquinam o mal e a iniquidade". Ai desses.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.