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domingo, 28 de fevereiro de 2010

AI (16)

ANO LXVII - Domingo, 28 de fevereiro de 2010 - Nº 3357

"Ai de mim, minha mãe! pois me deste à luz..." (Jr.,15:10)

As palavras ditas pelo profeta Jeremias e registradas acima, podem ser comparadas às dos grandes filósofos pessimistas, ou então às proferidas por aqueles que estão em profunda tristeza e depressão.

Jeremias é conhecido como o "profeta chorão" e, de fato, ele o é. Suas profecias foram muito pesadas contra Israel, devido ao pecado e iniquidade desse povo abençoado, mas ingrato. O coração do profeta chorava ao pronunciar as sentenças e castigos do Senhor sobre Israel. Essa situação fazia com que ele se visse, cada vez mais, abatido e entristecido. Daí a expressão que temos acima.

Outra figura nas páginas bíblicas que fala dessa forma é Jó. Lamenta profundamente o dia de seu nascimento. Nenhum dos dois é pessimista, descrente ou está possuído por algum "espírito maligno". A situação que vivem é tão aflitiva e angustiante, que o lamento expressará seu sentimento de que teria sido melhor não houvessem nascido. Ninguém está falando em suicídio, morte ou algo semelhante. Trata-se de transbordamento da tristeza de alguém que vivencia uma situação de profunda e extensa aflição.

Mesmo nós, cristãos, não estamos isentos ou imunes de tais momentos e circunstâncias. Não somos "super – pessoas", somos seres humanos. Mesmo amparados pelo Senhor e cientes de Sua companhia, certas circunstâncias nos levam a indagar por que viemos a esse mundo de sofrimento e dor? Para Jeremias não se tratava dos sofrimentos que experimentava por causa de sua fala profética, mas pela situação do povo em não arrepender-se e voltar-se para o Senhor. Era pelo povo, e não por si, que chorava. Sua função o constrangia a falar, e ele preferiria não haver nascido a ter que cumprir tarefa tão entristecedora ao seu coração. Mesmo com tristeza ele cumpre sua função, executa sua tarefa, cumpre seu dever. Não para, não desanima.

Mesmo que, às vezes, você chegue a falar como Jeremias; como ele não desista, não pare. Siga em frente, cumpra seu trabalho na dependência do Senhor, que lhe dará ânimo e força para levar a bom termo, e para glória D'Ele, seu viver.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 21 de fevereiro de 2010

AI (15)

ANO LXVII - Domingo, 21 de fevereiro de 2010 - Nº 3356

"Ai de nós! que já declina o dia, já se vão estendendo as sombras da tarde" (Jr.6:4).

As palavras do profeta Jeremias, chamado de "profeta chorão", refletem um tom de poesia e beleza serena e cândida. De fato, esse lirismo nos faz pensar na bela imagem do final de uma tarde primaveril.

Na verdade, ele fala sobre a necessidade de preparo para o enfrentamento da guerra, como pode ser visto nos versos seguintes ao texto transcrito. Mudou-se o quadro de serenidade em algo de apreensão, de tranquilidade em expectativa.

De fato, é para se pensar, por que a expressão "ai de nós" nesse contexto ? Devido a realidade da incerteza estabelecida pela guerra a vir. Como encarar o perigo e risco da guerra, que traz consigo a dor, o sofrimento, a privação, a angústia e a morte? A tarde que antecede à guerra, por mais bela que seja, trará consigo o lamento: "ai de nós".

Nossa vida não está fora desse quadro que inspirou o profeta Jeremias. Muito provavelmente não teremos uma guerra (conflito bélico) pela frente amanhã. Mas, quantas guerras nos aguardam em nosso amanhã? Com certeza existe uma da qual não podemos escapar e teremos que enfrentar, a saber, a rudeza da morte, seja nossa ou de alguém por nós amado e querido.

Quando olhamos nosso viver entendemos que "já declina o dia", que se vão estendendo "as sombras da tarde", mesmo para você criança, adolescente ou jovem. Que fazer? Como enfrentar? A resposta é o preparo adequado para o momento em que a tarde vier a ser noite e as sombras cobrirem completamente sua vida. Para os que estão em Cristo Jesus (preparados) , para os que têm sua vida depositada em Suas mãos há certeza de que, embora o dia decline e as sombras cheguem, a noite da morte e seu veu negro nos envolvam, brilhará um novo e eterno dia sem declínio e sem sombras de morte. Para os que estão em Cristo Jesus não significa "ai de nós", mas, aleluia.

Rv. Paulo Audebert Delage

domingo, 14 de fevereiro de 2010

AI (14)

ANO LXVII – Domingo, 14 de fevereiro de 2010 – Nº 3355

Ai de mim se for perverso! E se for justo, não ouso levantar a cabeça” (Jó 10:15)

O texto acima é uma das muitas preciosidades escritas no livro atribuído a Jó. Na passagem focada há duas situações que nos são muito caras e preciosas, mesmo ainda hoje, depois de milhares de anos escrita.

A primeira revela o temor em ser, ou mesmo em ter uma atitude perversa. Ele revela todo seu receio em ofender ao Senhor com sua postura ou conduta. Reconhece que tal comportamento ou condição seriam de consequências danosas e destrutivas, para ele e, certamente, para outros, pois quando se é perverso, há de colher o reflexo desse modo de ser em sua própria vida, pois o Senhor não inocenta o perverso e, ao mesmo tempo, o juízo do povo há de atingi-lo, muitas vezes com o exercício da justiça pelas próprias mãos.

Gostaria que essa noção estivesse mais presente na vida dos indivíduos em nossa cidade e sociedade. Já está se esgotando o temor (receio ou vergonha) em ser perverso. A perversão está sendo até mesmo elogiada ou incentivada. Claro que não falo (nem Jó) apenas de sexualidade, mas de iniquidade, injustiça, improbidade, irresponsabilidade e outros comportamentos afins. Que bom seria se voltasse esse santo temor: “ai de mim se for perverso”.

A outra situação ligada à primeira é a consciência de que, mesmo não sendo perverso, isto é, sendo justo, não se deve levantar a cabeça em atitude de orgulho ou vaidade. Quando não somos perversos, mas justos, não pode haver lugar para vanglória, pois a humildade é o que se espera de quem se diz cristão e humano. A manifestação da justiça é fruto da ação da graça comum ou especial de Deus na vida das pessoas, portanto, somos apenas instrumentos pelos quais ela (justiça) flui e se manifesta.

Temamos ser perversos e mantenhamos, com humildade, a cabeça abaixada, glorificando e honrando ao Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 7 de fevereiro de 2010

AI (13)

ANO LXVII - Domingo, 07 de fevereiro de 2010 - Nº 3354

"Ai da Assíria, cetro da minha ira! A vara em sua mão é o instrumento do meu furor" (Isaías 10:5).

O ser humano gosta de saber como as coisas funcionam, por que funcionam daquele modo, etc. A "síndrome do por quê?" que aterroriza muitos pais e mães (aquela fase do desenvolvimento da criança em que deseja saber todos os motivos), permanece conosco quando adultos, e continuamos desejosos de saber por que as coisas são como são, acontecem como acontecem e o sentido de tudo. Nem sempre teremos respostas para isso.

O agir de Deus não se conforma à nossa lógica ou modo de pensar. Não há como determinarmos o modo d'Ele agir e atuar. Ficamos chocados, por vezes, com a maneira que o Senhor conduz o universo, ou dirige a realidade que nos cerca. O texto de Isaías é um exemplo disso. Como pode o ímpio (Assíria) ser agente de Deus para punir o justo (povo de Deus)?

Vemos que, de fato, o ímpio pode ser usado como instrumento da ação divina para nos disciplinar. Na esfera ampla das nações, o Senhor as usa para estabelecer seu propósito e vontade, inclusive para disciplina de seu povo. No entanto, isso não significa que, por ser instrumento, seja também povo de Deus, isso é, aquele a quem Deus particularmente ama e revela Sua graça especial. Não nos esqueçamos de Balaão, ou mesmo a sua mula; instrumentos usados por Deus, mas não redimidos por Ele. Também o rei Ciro, ou Dario e tantos outros. Deve-se notar ainda que, mesmo na condição de instrumento de Deus, a responsabilidade por suas ações censuráveis e de maldade existe e são punidas pelo Senhor (verso 12). Em dimensões pessoais temos Judas, os judeus e gentios que mataram o Senhor Jesus, os quais fizeram "tudo o que a Tua mão e o Teu propósito predeterminaram" (Atos 4:28). O que fizeram integrava o propósito de Deus, mas eles não estão isentos de responsabilidades, nem livres de punição.

Por quê? Como? Não há resposta para essas indagações em nosso pequeno universo de inquirição infantil. Não há resposta (para nós e em nossas mentes) para essas indagações em nosso mundo adulto da ação soberana de Deus. Com humildade devemos dizer: "não sei" e, ao mesmo tempo, procurar ser agente consciente da realização da vontade do Senhor para o bem, promovendo Sua glória e Seu reino.

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.