ANO LXVII - Domingo, 30 de agosto de 2009 - Nº 3331
"Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor..." (Ap.14:13)
A morte é bem-aventurança? À primeira vista poder-se-ia dizer que sim. No entanto, a morte em si mesma não é bem-aventurança, antes é condenação pela desobediência consciente a Deus operada pelos nossos primeiros pais no Éden, portanto, maldição.
A fé em Cristo Jesus, faz com que este elemento de maldição seja transformado em elemento de bênção ou glória plena e eterna. O texto, em sua sequência nos fala de como se pode tornar a maldição em bênção: "os que morrem no Senhor".
Morrer no Senhor, não pode ser confundido com uma manifestação bélica de defesa de algum lugar, como nas Cruzadas ou ocasiões semelhantes. Nestes casos, pode-se admitir que se trate de "morrer pelo Senhor", ainda que também isto seja duvidoso. O sentido de morrer no Senhor, liga-se àquele que tem sua convicção e fé em Cristo Jesus como seu único e suficiente salvador, e deixa esta existência (morre) sob esta segurança e certeza.
Duas justificativas são dadas para que se possa ver a morte como bem-aventurança para os que morrem no Senhor. Primeira "para que descansem de suas fadigas". A vida cristã envolve lutas e embates, mesmo na esfera terrena com enfermidades, ansiedades, feridas, perseguições e coisas semelhantes. No céu, as lágrimas serão enxugadas, o luto será superado, o pranto extinto e a enfermidade desaparecerá. Nunca mais fadiga, cansaço, esgotamento ou abatimento. Segunda "suas obras os acompanham". Nossas obras não são agentes de nossa salvação, mas irão conosco, nos acompanharão e serão elementos de premiação diante do Senhor. Jesus disse que nada do que fizermos a um "destes pequeninos" que crêem nEle, ficará sem recompensa, mesmo que seja um copo de água fria. (Mt.10:40-42) .
Somos bem-aventurados porque descansaremos de nossas lutas e fadigas, e porque receberemos a recompensa por nossas obras que nos seguem.
Amigo leitor, pense e reflita sobre isto. Viva como bem-aventurado em Cristo, para poder morrer como bem-aventurado no Senhor.
Rev. Paulo Audebert Delage