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domingo, 26 de abril de 2009

BEM-AVENTURADO (27)

ANO LXVI - Domingo, 26 de abril de 2009 - Nº 3313

"Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça..." (Mt.5:10)

Esta não parece ser uma bem-aventurança que se possa chamar de bem-aventurança, pois nela está envolvida a ideia de sofrimento e aflição. Em nossos dias encontra-se em baixa a ideia do sofrer, mesmo por causa de Cristo.

Esta declaração do Senhor Jesus não se prende a todo e qualquer tipo de perseguição. Trata-se de perseguição por causa da justiça, ou seja, da sustentação da justiça contra toda forma de opressão, desmandos e desigualdades sociais que brutalizam o ser humano, ou que o desconsideram na sua condição de pessoa (sujeito de direitos e obrigações), na dimensão do Reino de Deus.

Deve-se notar que o conceito de justiça fica atrelado à sequência da fala de Jesus, na qual se vê que a perseguição ocorre por causa dEle. Assim, não se trata de manifestação subjetiva de conceito de justiça, mas da justiça de Cristo, firmada nos valores do Reino que Ele tem estabelecido.

Os instrumentos da perseguição são a calúnia, injúria, mentira, falseamento da verdade e outros deste mesmo conteúdo. Trata-se de atribuir a nós aquilo que não é verdadeiro. Acusados indevidamente de delitos e males ocorridos, para os quais não se deu causa. Ao longo da história isto tem se verificado com a Igreja de Cristo, acusada injustamente de desastres naturais ou de conflitos sociais.

Muitas vezes estas perseguições geram o sacrifício da vida dos fiéis. Neste sentido temos a promessa de que destes é o Reino de Deus. Claro que não é a perseguição que lhes dá o Reino, mas o Reino está garantido àqueles que, por causa da justiça em nome de Jesus, são perseguidos.

Pensamos que perseguição é coisa do passado, ou apenas em "terras comunistas". Ainda hoje, ela existe e está se tornando cada vez mais intensa e evidente. A intransigência religiosa vai se manifestando e os cristãos vão se tornando alvo deste avanço de intolerância.

Desejamos e pedimos a perseguição? Não. Mas, caso ela venha, devemos estar preparados e enfrentá-la na dependência de Cristo, sabendo que somos bem-aventurados e herdeiros do Reino de Deus.

Seja sempre abundante sobre nós a graça do Senhor.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 19 de abril de 2009

BEM-AVENTURADO (26)

ANO LXVI - Domingo, 19 de abril de 2009 - Nº 3312

"Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus" (Mt.5:9)

Esta belíssima coleção de bem-aventuranças apresentada por Jesus neste seu sermão, nos apresenta esta preciosidade sobre o grande anseio de nós, seres humanos, a paz.

Deve-se observar que o Senhor usou uma palavra bastante expressiva e com significado bastante específico, ou seja, pacificador. No grego aparece um tipo de composição nesta palavra com a ideia de "fazer", "praticar". Assim, temos, como no português, a ideia não de pacifista , como aquele que não briga, não luta, não batalha; cujo sentido está ligado mais à passividade; mas, de pacificador, isto é, aquele que é gerador da paz, fazedor da paz.

Somos levados a pensar que se formos pacifistas, já é grande mérito ou virtude. Isto é, de fato, verdade. Mas, o desafio colocado por Jesus é muito mais profundo ao nos conduzir à ingente tarefa de pacificar.

Este conceito é amplo e envolve toda sorte de conflitos e litígios. Claro está que devemos ser, sobretudo, promovedores da paz dos seres humanos com Deus. Isto se dá mediante o Evangelho de Cristo com o ministério da reconciliação (II Co. 5: 18-20). Devemos ser promovedores da paz com o nosso próximo visto que "a paz de Cristo" deve ser o "árbitro" em nossos corações (Cl.3:15). O conflito estabelece muros, barreiras, valas. Devemos promover a ponte da reconciliação e fazer a paz.

O resultado deste exercício de "praticar" a paz, nos leva a sermos chamados "filhos de Deus". Que privilégio. Esta é uma colocação que nos faz semelhantes a Cristo (Filho de Deus) por ser Ele o promovedor da paz. É de Sua natureza criar a paz , eliminando as rusgas e conflitos. Ser considerado filho de Deus, é posição gloriosa .

Termino com uma questão inquietante a todos nós: Posso ser chamado filho de Deus por ser fazedor da paz?

Seja o Senhor misericordioso para conosco e nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 12 de abril de 2009

BEM-AVENTURADO (25)

ANO LXVI - Domingo, 12 de abril de 2009 - Nº 3311

"Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus" (Mt.5:8)

Retomamos os artigos sobre bem-aventurança e voltamos ao Sermão do Monte, onde o Senhor Jesus alinha (segundo Mateus) 09 beatitudes e seus resultados.

A interioridade é posta, mais uma vez no ensino de Jesus, em contraste com a exterioridade. A ênfase dos religiosos judeus nos dias de Jesus era quanto aos aspectos exteriores e visíveis. O Senhor muda o foco de atenção, fazendo-o migrar para o íntimo, para o coração.

As figuras de linguagem (tão comuns no modo oriental de falar) nos levam a perguntar: Como se pode limpar ou purificar o coração? Como se pode "ver" a Deus, que é "puro espírito" e que, como tal, não tem corpo ou matéria? As respostas não são tão complexas, já que o Senhor Jesus não falava sobre o órgão do corpo humano, mas do espírito ou da alma. Assim, pode-se entender que fala daquele cujo espírito está e é limpo ou puro. Mas, quem pode estar nesta condição? A resposta é: aquele(a) que tem feito sua decisão a favor de Cristo em sua morte, recebendo-O como seu salvador e senhor. Este(a) que assim faz, tem recebido o perdão de seus pecados, agentes da sujidade presente no coração humano. De fato, o perdão de nossos pecados, por meio de Jesus e Seu sangue derramado, faz com que nosso coração seja tornado puro e limpo. Esta tarefa só pode ser realizada por Cristo e por mais ninguém, Nem por mim nem por você mesmo.

A purificação do coração traz a habilitação para se poder "ver" a Deus. É a promessa, é o resultado. Este é, no entanto, outro termo que pode gerar alguma dificuldade de entendimento. Primeiro porque todos verão a Deus no Tribunal do Grande Juízo e não apenas os puros de coração, já que o comparecimento é pessoal e individual e estaremos "face a face" com o Senhor. Segundo porque "ver" a Deus (divindade em Sua essência) é algo que foge ao nosso sentido físico da visão. Assim, "ver" não significa enxergar, mas estar na presença de, conviver com. Dessarte, aquele cujo espírito (ser) já foi purificado (perdoado) quanto aos seus pecados, está apto para habitar ou estar na presença (viver) de Deus, que se relaciona conosco na mediação do Filho, que é a essência divina tornada carne e, de fato, visível. Assim, no céu os servos "contemplarão a Sua face (do Cordeiro) e nas suas frontes está o nome dEle" (Ap.22:3-4).

Graças a Ele, porque podemos vê-LO.

Rev. Paulo Audebert Delage

domingo, 5 de abril de 2009

SIMPLICIDADE X OSTENTAÇÃO

ANO LXVI - Domingo, 05 de abril de 2009 - Nº 3310

SIMPLICIDADE X OSTENTAÇÃO

Quando lemos a Bíblia vemos um contraste claro e flagrante entre o ritual cúltico do Antigo e do Novo Testamentos. Aquele com seus cerimoniais complexos, vários sacrifícios, formas minuciosas de ofertas, paramentos, abluções e outros elementos de pompa e ostentação para enaltecer, com o visual, Àquele que se reverenciava. Este, por sua vez, se despoja de paramentos, incensos, sacrifícios, rituais complexos e institui a simplicidade e a singeleza (quase pobreza visual ritualística) : derramar água (ou imergir) o batizando e o "partir do pão" (beber do cálice e comer do pão). Apenas isto. Mas, era pobreza em demasia, era despojamento em excesso, era simplicidade em exagero. A competição se tornaria desigual se comparado o cristianismo com as outras religiões de rituais pomposos e templos suntuosos. O cristianismo perde sua singeleza e simplicidade, passando a trocar o interior pelo exterior, o coração pelos olhos, o íntimo pelo externo.

Até o terceiro século o cristianismo era religião sem templo físico (o templo era a Igreja – indivíduos e comunidade), mas com força e pujança transformadoras. A Igreja passará, posteriormente, a ser o templo. Mas, e as outras religiões? A comparação se impõe. A simplicidade é sacrificada no altar da suntuosidade, em nome da promoção do valor de nossa fé e da grandeza do Deus que servimos. É preciso ter templos e que não sejam inferiores aos dos "deuses pagãos", então passa-se a construir grandes e suntuosos templos (catedrais) que "falem" da glória de nosso Deus. Volta-se ao "modus vivendi" da Velha Aliança, do Velho Pacto, do Antigo Testamento. Templo, sacerdote, altar, sacrifício, vítima. Mas, tudo com muita pompa e circunstância. Da simplicidade à magnitude e ao esplendor, era o desafio dos cristãos. Da ostentação e pompa à simplicidade foi o desafio de Jesus, o Cristo, aos seus discípulos e, mais do que nunca, continua sendo.

Quando são lidas as páginas do Novo Testamento, sobretudo após os evangelhos, vê-se que o cristianismo é uma religião rica de mistérios teológicos, rica em solidariedade, rica em identificação com o simples; mas pobre em ritos e cerimônias pomposos. Não há registro de "calendário litúrgico", de "ciclo de celebrações". Há apenas a celebração da alegria com singeleza de coração e simplicidade de elementos (Atos, 2:46), pois celebra-se a festa "não com o Velho Fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia; e , sim, com os asmos da sinceridade e da verdade" (I Coríntios, 5:8).

Pensemos, reflitamos e discutamos este tema ou esta questão e indaguemos de nós mesmos : qual o desafio do cristianismo; ostentação ou simplicidade?

Rev. Paulo Audebert Delage

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.