ANO LXVII - Domingo, 01 de novembro de 2009 - Nº 3340
REFORMA RELIGIOSA DO SÉCULO XVI
No dia 31 de outubro relembra-se o movimento reformista religioso do cristianismo, ocorrido no ano de 1517, com seu início na Alemanha e capitaneado pelo monge católico-romano Martinho Lutero.
Sua proposta de debate foi o modo comum de se discutir algum assunto dentro da esfera acadêmica, ou seja, afixando as teses a serem tratadas em um lugar público e convidando para o debate. Assim fez, ao afixar suas 95 teses contrárias à venda de indulgências (perdão pleno dos pecados) efetivada por outro clérigo romano (Tetzel), a mando da Cúria Romana, para levantar fundos com vistas ao término da Basílica de São Pedro em Roma.
Contra esse processo mercadejante da salvação, Lutero assumiu posição firme. Sua postura chegou até ao Papa Leão X que, a princípio, julgou tratar-se de "querela de monges". Questões políticas, econômicas e culturais foram também agregadas ao filão religioso da Reforma Protestante. O movimento cresce, toma proporções avantajadas. O Papa lança a bula de excomunhão de Lutero (Exsurge Domini – Levanta-te Senhor), afirmando que "um javali selvagem havia invadido a vinha do Senhor".
O movimento se intensifica. Lutero tem proteção política e militar de príncipes alemães. A onda extrapola as fronteiras alemãs e se espalha pela Europa. Cidades aderem às propostas de reforma. Grupos novos e com propostas um pouco diferentes das de Lutero surgem (zuinglianos- Suiça). Tornava-se difícil sufocar este movimento e seu crescimento.
A Igreja Romana lança (1525) a Contra-Reforma, no intuito de barrar tal desenvolvimento, criando dispositivos de perseguição, investigação e eliminação de indícios de protestantismo, visando estancar o avanço da Reforma nos países onde já se instalara e impedir que chegasse aos que ainda não haviam sido influenciados. Logra êxito, em parte, com tais medidas, mas o movimento não para de crescer. No entanto, diminui seu ritmo e começa a acomodar-se.
Entre estruturação e despertamentos a Reforma se firmou e acabou por espalhar seus princípios e postulados por várias partes do mundo, por meio do movimento missionário moderno, do que, nós evangélicos-protestantes brasileiros, somos fruto.
A Reforma não acabou, somos seus continuadores, pois "Igreja Reformada, sempre reformando".
Rev. Paulo Audebert Delage
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