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domingo, 29 de outubro de 2006

31 DE OUTUBRO - 489 ANOS DE REFORMA

ANO LXIV - Domingo, 29 de outubro de 2006 - No 3183

31 de outubro - 489 anos de Reforma!

Na próxima terça-feira, o movimento de Reforma Protestante, iniciado no século XVI, completa 489 anos. Diante de uma data tão memorável, poderíamos indagar: O que mudou com a Reforma? Quais transformações e contribuições esse movimento trouxe à humanidade?

Sem dúvida, as mudanças trazidas pelo avivamento do séc. XVI são tão profundas e tão amplas que não poderiam ser discutidas em um espaço pequeno como este. Na verdade, são objetos de estudo de teses monográficas. A Reforma trouxe ao homem medieval uma nova cosmovisão, isto é, alterou sua maneira de pensar e interagir consigo mesmo, com o próximo e com o mundo criado por Deus. Mas nesse pequeno artigo, gostaria de refletir sobre algumas mudanças que a Reforma trouxe para a doutrina, o culto e a vida da Igreja.

A doutrina da Igreja mudou. A Reforma converteu a Igreja, trazendo-a de volta à centralidade da Escritura. A tradição produzida pelos papas e concílios não poderia mais ser considerada como ocupando o mesmo patamar de autoridade das Escrituras. Em virtude disso, houve uma revisão geral das doutrinas concernentes aos sacramentos, à obra salvadora de Cristo e muitas outras, que haviam sido corrompidas com o passar dos séculos.

Mudou também o culto da Igreja. A Igreja Católica Romana havia transformado o culto a Deus em missa, um sacrifício dominical caracterizado pela superstição, pelo ritualismo e pela completa ignorância daqueles que participavam da cerimônia. Era um mecanismo complexo, marcado pela ostentação visual e sonora, com o objetivo de impressionar os leigos, totalmente manipulados pelo clero. O culto reformado primou pela simplicidade na adoração ao Senhor, desde a arquitetura dos templos até a comunicação com o povo de Deus, que passou a ouvir a exposição da Escritura em sua própria língua, tornando-se participante ativo do momento de culto, e não um expectador passivo. A glorificação de Deus passou a ser a principal preocupação do culto reformado.

Mudou, por fim, a vida do povo de Deus. Em oposição a vida de devassidão do período medieval, principalmente entre os membros do clero, os reformadores, e em especial seus herdeiros, conhecidos como "puritanos", lutaram para que o povo de Deus vivesse com santidade e pureza durante o tempo de sua peregrinação nessa terra.

Devemos questionar se, em nossos dias, aqueles que se consideram herdeiros da Reforma, tem primado pela pureza da doutrina, culto e vida do povo de Deus. Infelizmente, se olharmos para os "evangélicos" de nossos dias, veremos que em grande medida isso não é verdade. A doutrina dos evangélicos atuais tem se distanciado da centralidade da Escritura, em virtude da influência de pseudo-apóstolos e outros líderes carismáticos, que enganam o povo com falsas doutrinas impostas por meio de sua influência. O culto de muitas igrejas "evangélicas" atuais desvirtuou-se completamente, tornando-se em um espetáculo centrado no homem, e não em Deus, buscando satisfazer os apetites humanos e fornecer entretenimento aos expectadores. E no que diz respeito à vida do povo "evangélico" de nossos dias, temos que reconhecer lamentavelmente que o testemunho cristão tem sido comprometido e difamado por muitos "irmãos": vide bancada "evangélica" do Congresso!

Nossa IPVM recebeu um legado dos Reformadores! Devemos buscar sempre honrar esse legado, porque ele implica principalmente na centralidade da Palavra de Deus em nossa doutrina, nosso culto e nossa vida. Que nessa data memorável, possamos refletir sobre o quanto temos sido fiéis a esse legado.

Rev. Davi

domingo, 22 de outubro de 2006

CANSADO DE TEOLOGIA

ANO LXIV - Domingo, 22 de outubro de 2006 - No 3182

Cansado de Teologia

Cansado de teologia. É assim que me sinto. Cansado de ver um povo enganado, iludido, "declarando" e "profetizando" prosperidade. Cansado de ver tanta gente "bradando aos céus", "exigindo" e "cobrando" de Deus por promessas que o Todo Poderoso nunca fez. Durante nove anos vivi no meio de pessoas que "exalavam" fé. Uma fé sem resultados. Uma fé inútil.

Vi pessoas que não tinham dinheiro nem para pagar o ônibus que os levavam até a "igreja". E foram essas mesmas pessoas que deram a seus líderes dinheiro suficiente para comprar carros blindados e mandar os filhos estudarem no exterior. Quanta incoerência! Enquanto esses líderes pregavam a tal "teologia" que os tiraria da crise financeira, as pessoas continuavam vivendo a mesma vida de dificuldades, e muitas vezes, com um certo "ressentimento" para com Deus, que não cumpria com aquelas promessas que saiam do púlpito.

Vi gente preocupada em combater o gafanhoto, sem perceber que este se apresentava com a bíblia na mão sobre o altar.

Em todos esses anos, vi uma teologia cheia de facilidades, na qual a porta larga conduzia ao céu e a estreita à perdição. Vi uma teologia segundo a qual o Espírito Santo fazia de tudo: fazia pessoas caírem no chão, rirem descontroladamente, falarem em línguas "estranhas"; só não fazia uma coisa: gerar arrependimento para santificação.

Vi ainda apóstolos. Auto-entitulados. Os que não eram auto-entitulados, foram ordenados por homens que eram. Vi homens se dizerem íntegros e "de probidade", mas eram corruptos e endemoninhados.

Conheci uma teologia que nos fez "deuses". Conheci uma teologia de mentiras, de palavras que voltam vazias, de profecias que não se cumprem nunca.

Conheci uma teologia de emocionalismos. De música de fundo na hora da oração que leva a emoção; de voz trêmula para gerar o choro; de teatro, de frases mentirosas como: "Eu sinto a presença de Deus", quando o que realmente se sentia era o desejo de manipular as pessoas.

Conheci uma teologia de orgulho e soberba. Uma teologia de homens que se diziam ser donos da verdade. Conhecedores da "revelação completa". Conheci uma teologia que subestima os reformadores. Afinal, sua "doutrina" é superior.

Conheci a teologia criada pelo demônio. A teologia que rouba o povo de Deus, mata os sonhos e destrói a confiança no Evangelho.

O mais triste, é que eu fui mais uma vítima desta teologia.

Deus me salvou desta teologia! Hoje, vivo a Teologia da verdade. A Teologia bíblica. A Teologia que não acrescenta nada a Palavra. Vivo a verdadeira Teologia da Graça. A Teologia que não cobra nada de Deus. Pede pela "Sua misericórdia". Vivo a Teologia do Pai Nosso, a Teologia do arrependimento diário. A Teologia da gratidão a Deus. Hoje, vivo a Teologia que ao invés de buscar a bênção, busca o Abençoador. Hoje, vivo uma Teologia que não distorce as Escrituras. Vivo a Teologia de Deus.

Pr. Walker R. da Cunha.
Ex-pastor neo-pentecostal

domingo, 15 de outubro de 2006

ALIMENTANDO AS OVELHAS OU DIVERTINDO OS BODES?

ANO LXIV - Domingo, 15 de outubro de 2006 - No 3181

ALIMENTANDO AS OVELHAS OU DIVERTINDO OS BODES?

Existe um mal entre os que professam pertencer aos arraiais de Cristo, um mal tão grosseiro em sua imprudência, que a maioria dos que possuem pouca visão espiritual dificilmente deixará de perceber.

Durante as últimas décadas, esse mal tem se desenvolvido em proporções anormais.O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista agradá-las e ganhá-las para Cristo. A igreja abandonou a pregação ousada e doutrinária, como a dos puritanos; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de agradar e ganhar as multidões.

Meu primeiro argumento contra tal tipo de prática é este: As Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela? "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15). Isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: "E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do Evangelho", assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia.

E mais: "Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres" (Ef 4.11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque recusavam-se a fazê-lo? Digo mais: Prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? "Vós sois o sal", não o "docinho", algo que o mundo desprezará.

Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram perscrutadores. Não O vejo dizendo: "Pedro, vá atrás do povo e diga-lhe que teremos um culto diferente e agradável amanhã, algo atraente e breve, sem doutrina e com pouca pregação. Teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que com certeza realizaremos esse tipo de culto. Vá logo, Pedro, temos de ganhar as pessoas de alguma maneira!" Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los!!

Os apóstolos não pararam de pregar a Cristo, por isso não tinham tempo para arranjar entretenimento para seus ouvintes. Eles "transtornaram o mundo". Essa é a única diferença! Senhor, limpe a igreja de todo o lixo, sermões que agradam e baboseira que o diabo impôs sobre ela e traga-nos de volta aos métodos dos antigos apóstolos.

Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados, sem base doutrinária, por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical.

A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do Evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz.

Charles H. Spurgeon

domingo, 8 de outubro de 2006

UMA NOVA REFORMA!

ANO LXIV - Domingo, 08 de outubro de 2006 - No 3180

UMA NOVA REFORMA!

No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero, professor de Teologia da Universidade de Wittemberg, fixou nas portas da Catedral desta cidade 95 teses questionando, à luz das Escrituras, práticas e doutrinas sustentadas pela Igreja Romana. Esse gesto de Lutero tornou-se o marco inicial do movimento de Reforma Protestante, que se propagou, durante o século 16, a outros países da Europa, sob a liderança de homens como Zwinglio, Farel, João Calvino e outros.

Embora os historiadores seculares tentem descaracterizar o aspecto religioso da Reforma do séc.16, dando ao movimento contornos político-econômicos, em sua essência, a Reforma Protestante foi um avivamento espiritual. A Igreja Romana distanciava-se cada vez mais das Escrituras, pautando-se na tradição eclesiástica e na autoridade papal para introduzir no cristianismo uma série de inovações claramente contrárias ao ensino apostólico, como por exemplo, as doutrinas da regeneração batismal, da salvação meritória, sem falar nas distorções do culto cristão, que tomou os contornos da missa romana.

Os reformadores, iluminados pelo Espírito Santo, empenharam seus esforços - e alguns deles até mesmo sua vida - para combater esses falsos ensinos e práticas, no afã de conduzir novamente a Igreja Cristã à pureza. Esse trabalho foi direcionado por cinco princípios que ficaram conhecidos como os solas da Reforma. Sola Scriptura: somente a Escritura deve ser tida como regra de fé e prática da Igreja. Sola Fide: somente a fé em Cristo Jesus, e não obras meritórias, pode nos assegurar a justificação diante de Deus. Solus Christus: somente Cristo Jesus é o Salvador e o único Mediador entre Deus e Seu Povo, não a Igreja, e nem santos ou anjos. Sola Gratia: somente a graça de Deus pode livrar o homem do pecado e regenerá-lo para uma nova vida. Soli Deo Gloria: toda glória, na Criação e na Redenção, na vida e no culto, deve ser rendida somente ao Deus triúno.

Infelizmente, ao avaliarmos a igreja evangélica de nossos dias, constatamos que o legado dos reformadores tem sido negligenciado. Os evangélicos afastaram-se desses princípios balizadores, relegando a Palavra a um segundo plano, deixando de anunciar com fervor a salvação pela graça, mediante a fé somente em Cristo Jesus, e praticando um culto mais centrado no homem do que em Deus.

Precisamos de uma nova reforma espiritual! O povo evangélico de nossos dias precisa arrepender-se de seu mundanismo e retornar à prática dos princípios basilares da Reforma: Cristo, a Escritura, a Graça Salvadora, a Fé Genuína e a Glória de Deus devem ter centralidade em nossa doutrina, nosso culto e nossa vida. Assim, o cristianismo voltará a ser uma força transformadora na História.

Rev. Davi

domingo, 1 de outubro de 2006

DIZEM...

ANO LXIV - Domingo, 01 de outubro de 2006 - No 3179

“DIZEM ...”!!

A expressão "Dizem" se apresenta como um meio largamente utilizado para a fofoca, inveja e malícia. Um mentiroso mais furtivo, covarde e diabólico do que "Dizem", não existe. Essa Caracterização é um bode expiatório universal para fofoca pessoal, inveja e malícia. Não tem aparência física quando invocado, mas ainda assim ataca atrevida e sorrateiramente em toda a sociedade. Caracteriza-se como uma fábula, mas ainda assim é real; intangível, todavia agarra as suas vítimas com desapiedado poder. É invisível, e ainda de uma aljava inesgotável acerta as suas flechas venenosas diariamente. Nenhuma armadura é impenetrável; nenhum caráter, posição ou sexo escapa; nenhum santuário é demasiadamente sagrado; nenhum lar está protegido contra os seus assaltos. Quando um coração ignóbil quer atingir o caráter ou motivos de qualquer pessoa, “Dizem” é sempre invocado! Esse é o assassino que golpeia as nuvens; o matador que persegue os passos do ofensor, e desvirtua com palavras e ações descuidadas, encontrando um subterfúgio para a punhalada. Os homens nem sempre têm a ousadia de revelar os seus próprios sentimentos. Com sorrisos e amizade fingida apontam o dardo envenenado que vem de "Dizem". Esteja certo de que, quando qualquer história desprezível for contada, e o narrador não puder indicar um autor verdadeiro, "Dizem" virá para apóia-lo. A calúnia é a criação do coração e por isso está impregnada com o veneno da inveja e do ódio, e determinada com o desejo de ver a hipocrisia de "Dizem" brotar em realidade, e tornar-se a cotação do dia na sociedade. Relatar minuciosamente as histórias de "Dizem" é andar furtivamente atrás de uma pessoa intangível, e pôr em circulação as insinuações e calúnias abomináveis que, de matéria prima, são falsificadas mais perto de casa. J.S.

(Colaboração de João Evangelista)

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ARQUIVO DE ARTIGOS E PUBLICAÇÕES DA IPVM

Este arquivo contém parte da memória da IGREJA PRESBITERIANA DE VILA MARIANA publicada ao longo de vários anos em capas de boletins, encartes e outros meios, aos poucos resgatados e acessível a todos através deste blog.

SUGESTÕES DO CANTINHO CULTURAL

  • LIVRO: GOTAS DE AMOR PARA A ALMA. AUTOR: Rev. Hernandes D. Lopes. ASSUNTO: mensagens diárias para edificar sua vida, consolar-lhe o coração, fortalecer-lhe a fé. Não são textos de autoajuda, mas falam do auxílio divino.
  • LIVRO: TOQUE O MUNDO POR MEIO DA ORAÇÃO. AUTOR: Wesley L. Duewel. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: este livro sugere planos passo a passo para elaborar listas de oração, organizar círculos de oração e retiros de oração para os cristãos que tem a incumbência de orar pela salvação e bênçãos das pessoas.
  • LIVRO: TODO FILHO PRECISA DE UMA MÃE QUE ORA. AUTORES: Janet K. Grant e Fem Nichols. EDITORA: Hagnos. ASSUNTO: Uma mãe que ora pode ter um impacto tremendo na vida de seus filhos, este livro mostra como envolver e apoiar sua família através da oração persistente e eficaz. Você aprenderá a perseverar em oração e a usar a Bíblia para guiá-la nesta tarefa.